Grande Belém registra recorde de agentes baleados em novembro; Na Tribuna, deputado Delegado Caveira faz um alerta ao governador Helder Barbalho
- Luana Valente
- 20 de nov. de 2024
- 4 min de leitura

A região metropolitana de Belém, no Pará, enfrenta um cenário alarmante de violência contra agentes de segurança pública. Segundo dados do Instituto Fogo Cruzado, novembro já é considerado o mês em que água sou um fenômeno mortal junto a esses profissionais, resultando em oito agentes baleados e cinco mortos até o momento.
Entre as vítimas, a maioria são policiais militares, totalizando sete dos oito baleados. Um dos casos mais recentes ocorreu no dia 10 de novembro, quando o sargento Manoel Valdomiro Martins Cardoso foi morto a tiros no bairro da Sacramenta, em Belém. Este incidente elevou o número de agentes baleados no mês, consolidando o recorde negativo.
Direto da Tribuna, em Brasília, o deputado Delegado Caveira (PL-PA), manifesta total repúdio quanto ao “silêncio” do governo do Estado pela “onda” de crimes em Belém, que segundo ele, a situação é mais grave do que parece, uma vez que além dos crimes contra policiais, na mira também estão a população e os comerciantes. O parlamentar se comprometeu em tomar providências no sentido de combater a violência na cidade.
“[...] Viatura fuzilada [...] Bandidos colocando fogo em comércios e nenhuma resposta à altura da polícia […] Vamos dar a resposta! Nós devemos dar resposta! “, ressalta o parlamentar.
Cobrança de “taxa de segurança” feita por criminosos
Além da violência contra agentes de segurança, moradores da Grande Belém estão sendo obrigados a pagar uma "taxa de segurança" imposta por criminosos. Aqueles que se recusam a pagar enfrentam ameaças e represálias, aumentando ainda mais o clima de medo e insegurança na região. Essa prática criminosa tem se tornado cada vez mais comum, afetando diretamente a vida cotidiana dos cidadãos e evidenciando a necessidade de uma resposta mais efetiva das autoridades para combater o crime organizado.
A Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup) informou que, dos cinco agentes mortos, quatro eram policiais militares e um era militar da Aeronáutica. A violência contra esses profissionais tem gerado uma resposta das autoridades, que intensificaram as ações policiais em bairros considerados mais perigosos, como Pratinha, Tapanã, Guamá e Terra Firme.
Os ataques a agentes de segurança pública em Belém não são um fenômeno isolado. Desde o início do ano, 38 agentes foram baleados na região, resultando em 25 mortes e 13 feridos. A escalada da violência em novembro destaca a necessidade urgente de medidas eficazes para proteger esses profissionais e garantir a segurança pública na região.
Confira abaixo os dados do Instituto Fogo Cruzado do ano de 2024.
Janeiro: 4 agentes baleados – 3 mortos e 1 ferido Fevereiro: 5 agentes baleados – 2 mortos e 3 feridos
Março: 4 agentes baleados – 1 morto e 3 feridos Abril: 6 agentes baleados – 4 mortos e 2 feridos
Maio: 1 agente baleado – 1 morto
Junho: 3 agentes baleados – 2 mortos e 1 feridos
Julho: 1 agente baleado – 1 morto
Agosto: 3 agentes baleados – 3 mortos
Setembro: 2 agentes baleados – 2 mortos
Outubro: 1 agente baleado – 1 morto
Novembro: 8 agentes baleados – 5 mortos e 3 feridos
Veja os agentes baleados em novembro, em Belém:
02/11 – O sargento Castro foi morto a tiros na rua São Francisco, no bairro Novo, em Marituba. Ele estava em um bar e foi vítima de um ataque armado sobre rodas.
03/11 – O militar da Aeronáutica Kevem Wallace foi morto a tiros na passagem Tucunduba I, no Guamá, em Belém. Sua namorada, que estava no local, também foi atingida pelos disparos e sobreviveu.
05/11 – O Sargento Jorge Valente e o Sargento Alex Santos do 37º BPM foram baleados dentro de uma viatura na Passagem Tucunduba, no Guamá. Ambos sobreviveram.
05/11 – O Sargento reformado Alberto de Souza da Silva foi morto a tiros em um estabelecimento no Conjunto Panorama XXI, bairro Mangueirão.
06/11 – O policial exonerado Wescley Silva Sousa foi morto a tiros enquanto estava em uma lanchonete na praça Eduardo Angelim, no bairro da Pedreira, em Belém.
07/10 – O Cabo Daniel, da Reserva da Polícia Militar, foi encontrado amarrado, baleado e ferido a faca na rotatória de acesso ao mercado central, na Estrada da Ceasa, em Belém. A vítima foi localizada por guardas da Ceasa e socorrida.
10/11 – O sargento Manoel Valdomiro Martins Cardoso foi morto a tiros no bairro da Sacramenta, em Belém. Ele estava em um bar e foi vítima de um ataque armado sobre rodas.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Pará se menisfesta:
A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado (Segup) informa que, de 1º a 11 de novembro de 2024, foram registrados 7 ataques contra agentes de segurança pública em todo o Estado. Destes, 4 morreram, sendo 3 da ativa, de folga, e 1 da reserva. A Segup Informa ainda que de forma integrada, são realizadas operações de saturação como a “Impacto” e “Alcatraz” na Região Metropolitana de Belém, com o objetivo de manter ações preventivas e estratégias para garantir a segurança dos agentes públicos. Equipes da Delegacia de Homicídios de Agentes Públicos (DHAP) investigam os casos para localizar e prender os envolvidos nos crimes. O Estado também executa outras ações em benefício a segurança dos seus agentes, como a construção de conjuntos habitacionais, o uso do SOS PM para pedidos urgentes de apoio em caso de risco ou ameaça, e também, ampliação dos cursos de auto proteção policial, além de investimentos em equipamentos de segurança, e ainda, investimentos na área da inteligência.
A população e as autoridades locais aguardam com apreensão os desdobramentos das investigações, assim como, as providências a serem serão tomadas para conter a "onda" de violência que assola a Grande Belém.
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