
A ocupação da sede da Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc) por indígenas de diversas etnias continua em Belém, após uma reunião entre as lideranças indígenas e o governador Helder Barbalho (MDB) terminar sem acordo. Os manifestantes exigem a revogação da Lei 10.820/2024 e a exoneração do secretário de Educação, Rossieli Soares.
A reunião, que ocorreu na noite de terça-feira (28), durou mais de cinco horas e contou com a presença de 40 lideranças indígenas, além da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e da deputada federal Célia Xakriabá. No entanto, as negociações não avançaram, e os indígenas decidiram manter a ocupação da Seduc.
Os manifestantes criticam a postura do governador, que se recusou a revogar a lei e a demitir o secretário de Educação. Segundo o cacique Dadá Borari, Helder Barbalho apresentou uma contraproposta que não atendia às demandas do movimento, focando apenas na educação indígena e ignorando os impactos da lei em outros grupos sociais, como os quilombolas.
“Não teve acordo. Tentamos negociar de todo jeito, apresentamos as nossas propostas que são as mesmas de sempre: a saída do secretário Rossieli e a revogação da Lei 10.820, e ele não quis aceitar. Ele apresentou uma contraproposta e percebemos que ele sempre estava se esquivando, então decidimos sair sem acordo”, explica o cacique Dada Borari, que participou da reunião.
A ocupação da Seduc, que já dura mais de duas semanas, tem sido marcada por tensões entre os manifestantes e as autoridades. Os indígenas relatam a presença massiva de policiais, uso de spray de pimenta e cortes de energia e água no prédio ocupado.
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