“Inútil” e “perda de tempo”, declara Bukele ao justificar ausência na ONU
- Luana Valente

- 29 de set.
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O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, causou polêmica ao justificar sua ausência na Assembleia Geral das Nações Unidas deste ano, realizada em Nova York. Em publicação feita no último sábado (27) em sua conta oficial na rede social X (antigo Twitter), o mandatário classificou o evento como “inútil” e afirmou que não quis “perder tempo” com a reunião diplomática.
“Desta vez, não fui à Assembleia Geral das Nações Unidas. Achei inútil este ano, mas você sempre pode assistir ao discurso do ano passado se quiser perder tempo como eu”, escreveu Bukele, acompanhando a mensagem com um vídeo de sua participação em 2024.
No vídeo compartilhado, Bukele critica o que chama de “declínio das liberdades” no mundo, alegando que as ruas estão “nas mãos de gangues, crime organizado e drogas”, enquanto as redes sociais estariam sendo “forçadas pelos governos a censurar seus usuários”.
A ausência do presidente salvadorenho ocorre em meio a críticas internacionais sobre o estado de emergência vigente em El Salvador desde 2022, que permite prisões sem mandado judicial como parte da ofensiva contra organizações criminosas. Mais de 89 mil pessoas foram detidas sob suspeita de envolvimento com gangues, embora cerca de 8 mil tenham sido posteriormente libertadas por serem inocentes.
Apesar das denúncias de abusos e violações de direitos humanos por parte de organizações internacionais, Bukele mantém altos índices de aprovação popular, impulsionados pela queda significativa nos índices de violência no país. Sua postura crítica em relação à ONU e outras entidades multilaterais é vista como parte de uma retórica populista que reforça sua imagem de líder independente e combativo.
A posição de Bukele também encontra eco no presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, seu aliado político, que nesta mesma semana também fez críticas à ONU. Analistas apontam que a aproximação entre os dois líderes fortalece uma agenda comum de segurança e combate ao crime.






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