Lula e Trump trocam telefones pessoais e petista pede que Rubio negocie “sem preconceito”
- Luana Valente

- 7 de out.
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Em um gesto incomum na diplomacia internacional, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump trocaram telefones pessoais durante uma videoconferência realizada na manhã de segunda-feira (6), com o objetivo de estabelecer uma linha direta de comunicação entre os líderes de Brasil e Estados Unidos. A conversa, que durou cerca de 30 minutos, foi descrita por ambos como cordial e produtiva, marcando uma proximidade entre os dois países após tensões comerciais recentes.
Segundo Lula, a troca de números foi motivada pela intenção de evitar intermediários nas negociações bilaterais, especialmente em temas sensíveis como o tarifaço imposto pelos EUA a produtos brasileiros e sanções a autoridades nacionais. “Ele [Trump] me deu o telefone pessoal dele e eu dei o meu, para que a gente não precise de intermediário para fazer as coisas boas para os Estados Unidos e o Brasil”, afirmou o presidente brasileiro em entrevista à TV Mirante, no Maranhão.
Lula, que é conhecido por não utilizar celular pessoal, compartilhou com Trump o contato do embaixador Fernando Igreja, chefe do cerimonial do Palácio do Planalto, que o acompanha em todas as agendas oficiais.
Rubio designado para negociações
Durante o diálogo, Trump anunciou que o secretário de Estado americano, Marco Rubio, será o responsável por conduzir as negociações com o Brasil. A escolha foi recebida com cautela pelo governo brasileiro, já que Rubio tem histórico de críticas ao país e à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente ao ministro Alexandre de Moraes C.
Lula aproveitou a ocasião para pedir que Rubio conduza as tratativas “sem preconceito”. “Pelas entrevistas que ele deu, há um certo desconhecimento sobre o Brasil”, disse o presidente, destacando a importância de um diálogo baseado em respeito mútuo e compreensão das realidades nacionais.
A conversa foi acompanhada por figuras-chave do governo brasileiro, como o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira, o ministro da Fazenda Fernando Haddad, o ministro da Comunicação Sidônio Palmeira e o assessor especial Celso Amorim.
A retomada do diálogo entre os dois países pode representar um avanço nas negociações comerciais, especialmente no que diz respeito à retirada das sobretaxas de até 50% aplicadas a produtos brasileiros. Lula defendeu a revisão dessas medidas, classificando-as como prejudiciais à cooperação econômica e ao desenvolvimento de setores estratégicos como o agropecuário e o industrial.






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