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Designação de Marco Rubio como negociador dos EUA representa desafio para governo Lula


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A escolha de Marco Rubio como principal interlocutor dos Estados Unidos nas negociações com o Brasil foi recebida com apreensão pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Designado pelo presidente Donald Trump para conduzir as tratativas sobre o tarifaço de 40% imposto a produtos brasileiros, Rubio é visto como um republicano linha dura, com histórico de críticas ao governo brasileiro e alinhamento ideológico com a ala mais conservadora do Partido Republicano.


Rubio, atual secretário de Estado dos EUA, tem se destacado por uma postura combativa em relação a governos latino-americanos considerados incisiva na condução da política externa americana. Sua nomeação ocorre em um momento de tensão diplomática entre os dois países, após sanções impostas a autoridades brasileiras, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.


Durante audiência no Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos EUA, Rubio defendeu restrições de visto a estrangeiros acusados de censurar cidadãos americanos, medida que atingiu diretamente Moraes e outros membros do governo brasileiro. Além disso, o secretário revogou vistos de integrantes do programa Mais Médicos, alegando vínculos com práticas autoritárias associadas a Cuba


A designação de Rubio foi anunciada após uma videoconferência de 30 minutos entre Lula e Trump, realizada em 6 de outubro. Apesar do tom amistoso do encontro, fontes do governo brasileiro indicam que a escolha de Rubio não foi bem recebida. Analistas apontam que sua visão anticomunista e crítica à aproximação de países latino-americanos com a China pode dificultar o avanço das negociações.


O professor Alexandre Pires, especialista em relações internacionais do Ibmec-SP, afirmou que Rubio representa um obstáculo à reaproximação diplomática: “Ele tem uma visão muito mais dura com relação à América Latina, e isso não deve facilitar muito a conversa”.


Do lado brasileiro, a comitiva encarregada das negociações inclui o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O governo aposta na experiência diplomática de Vieira como ponte para destravar o comércio com os EUA, apesar das dificuldades impostas pelo perfil ideológico de Rubio


A expectativa é que Lula e Trump se encontrem pessoalmente ainda este mês, durante a Cúpula da ASEAN na Malásia, em tentativa de restaurar os laços entre as duas maiores democracias do Ocidente.

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