Mauro Cid pede ao STF absolvição sumária na ação do “golpe”
- Luana Valente
- 24 de abr.
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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de absolvição sumária no processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. A defesa de Cid argumenta que ele atuava apenas como "porta-voz" do então presidente, cumprindo ordens no exercício de suas funções, o que, segundo seus advogados, configura uma excludente de ilicitude prevista no Código Penal.
O pedido de absolvição sumária busca encerrar o processo antes do julgamento, mas a tendência é que o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, rejeite a solicitação. Caso isso ocorra, a defesa indicou nove testemunhas, todas militares, incluindo ex-comandantes do Exército, para serem ouvidas durante a fase de instrução processual.
Cid, que firmou um acordo de “delação premiada com a Polícia Federal”, é acusado de integrar o núcleo central de uma suposta tentativa de golpe. A denúncia, aceita pela Primeira Turma do STF, também envolve outras figuras de destaque, como o ex-presidente Jair Bolsonaro. O processo segue em fase inicial, com a apresentação das defesas prévias pelos réus.
Relatos de Mauro Cid sobre a “delação premiada”
Cid disse que a PF não queria "saber a verdade". Em áudio, o tenente-coronel sugeriu ter sido coagido pelos investigadores, sem mencionar a ocasião específica. "Eles já estão com a narrativa pronta. Eles não queriam saber a verdade, eles queriam que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu?", afirmou.
"Eles são a lei agora", declarou o tenente-coronel. "Toda vez eles falavam: 'Ó, mas a sua colaboração está muito boa. (...) 'Você vai ser indiciado por nove tentativas de falsificação de vacina, vai ser indiciado por associação criminosa, e mais um termo lá. Só nessa brincadeira são 30 anos [de prisão] para você'", ainda relatou Cid.
“Eu vou dizer o que eu senti: eles já estão com a narrativa pronta, é só fechar. Eles querem o máximo possível de gente para confirmar a narrativa deles. É isso que eles querem”, ressaltou.
A defesa de Mauro Cid nega qualquer envolvimento do militar nos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro, alegando que ele estava de férias nos Estados Unidos na ocasião. Os advogados pedem acesso a todas as provas coletadas pela Polícia Federal para análise detalhada durante o processo.
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