
"Nós não temos dinheiro para absolutamente nada", afirmou o ministro da Defesa, José Múcio, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite de segunda-feira (10). O ministro destacou que o orçamento das Forças Armadas do Brasil está entre os menores da América do Sul e que o país enfrenta dificuldades financeiras para manter sua estrutura militar.
Múcio mencionou que os gastos da Defesa representam apenas 1,1% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto o setor judiciário consome cerca de 1,5%.
Ele comparou essa situação com países da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que recomendam que nações sem conflitos invistam 2% do PIB na área militar.
O ministro também criticou um vídeo recente da Marinha do Brasil, que destacava os "privilégios" da categoria, comparando as dificuldades da carreira militar com a vida civil. Múcio classificou a publicação como um erro de estratégia, afirmando que foi inoportuna e imprudente.
Além disso, Múcio mencionou que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do senador Carlos Portinho (PL-RJ) pode ajudar a reverter parte das dificuldades financeiras. O projeto visa alterar a Constituição Federal para garantir que o Ministério da Defesa receba, anualmente, um orçamento mínimo equivalente a 2% do PIB do ano anterior.
Apesar das limitações, Múcio destacou que as Forças Armadas continuam operando em situações emergenciais, como o deslocamento de 20.000 soldados do Exército para o Rio Grande do Sul e 3.000 para o Pantanal em resposta a desastres naturais.
"Nosso contingente é pequeno, mas menor ainda é o nosso investimento", concluiu o ministro.
Esse cenário reflete a crise que o Ministério da Defesa enfrenta e a necessidade urgente de uma revisão no orçamento militar para garantir a segurança e a eficiência das Forças Armadas brasileiras.
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