
Na última sexta-feira (20), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, participou da cerimônia de inauguração de 100 quilômetros de pavimentação da BR-163, em Diamantino, Mato Grosso. A presença do ministro, que é natural da cidade, levantou questionamentos sobre a adequação de sua participação em eventos com possíveis conotações político-partidárias.
Gilmar Mendes destacou a importância da obra para a região, afirmando que a pavimentação da rodovia é um passo significativo para o desenvolvimento local. No entanto, críticos argumentam que a presença de um magistrado do STF em eventos desse tipo pode comprometer a percepção de imparcialidade e independência do Judiciário. A Constituição Federal e o Código de Ética da Magistratura estabelecem que juízes devem evitar qualquer comportamento que possa ser interpretado como apoio a interesses políticos ou partidários.
A decisão de reestatizar a Nova Rota do Oeste e assumir as obras de duplicação da BR-163 foi elogiada por Mendes, que parabenizou o governador Mauro Mendes pela iniciativa. Contudo, essa postura foi vista por alguns como uma interferência indevida em assuntos que são tradicionalmente de competência do Executivo, levantando dúvidas sobre a separação de poderes.
A cerimônia contou com a presença de autoridades locais, representantes do governo estadual e federal, além de membros da comunidade. Embora a conclusão deste trecho da BR-163 seja um marco importante para a infraestrutura do estado, a participação de Gilmar Mendes no evento gerou um debate sobre os limites da atuação de magistrados em atividades públicas e a necessidade de preservar a imagem de neutralidade do Judiciário.
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