“Não é verdade que seja um imposto para ricos”, esclarece Campos Neto ao tratar sobre IOF
- Luana Valente
- 6 de jul.
- 2 min de leitura

Em entrevista publicada neste domingo (6), o ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) não pode ser classificado como um tributo voltado exclusivamente aos mais ricos. A declaração foi feita em meio ao debate sobre o aumento do imposto, suspenso recentemente por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) A.
“Não é verdade que [o IOF] seja um imposto para ricos. Essa ideia não resiste a uma conta simples do aumento no custo para uma operação de crédito pequena. Impacta toda a cadeia e encarece e distorce o processo produtivo”, afirmou Campos Neto à Folha de S. Paulo.
Além disso, Campos Neto classificou o IOF como "um imposto muito ruim".
Impacto no crédito e na produção
Campos Neto destacou que o IOF incide sobre operações comuns no cotidiano da população, como empréstimos, financiamentos e uso do cartão de crédito. Segundo ele, o aumento do imposto encarece o crédito e afeta diretamente os consumidores de menor renda, além de gerar distorções na cadeia produtiva.
Especialistas corroboram essa visão: o IOF sobre o crédito é considerado o mais oneroso para a população em geral, já que milhões de brasileiros dependem de financiamentos e parcelamentos para manter o consumo e pequenos negócios.
Críticas à política fiscal
Durante a entrevista, Campos Neto também criticou a condução da política fiscal do governo federal, apontando que aumentos no IOF podem restringir investimentos e reduzir a atratividade do país para o capital estrangeiro. Ele defendeu maior estabilidade e previsibilidade para estimular o crescimento econômico sustentável.
Contexto político e institucional
A discussão sobre o IOF se polemizou após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, suspender decretos presidenciais que previam o aumento do imposto. Vale frisar que antes disso, o Legislativo já havia sustado tais decretos. Diante desse impasse, Morais decidiu promover uma audiência entre os Poderes, em busca de uma solução.
Campos Neto, que atualmente ocupa os cargos de vice-presidente do conselho de administração e chefe global de políticas públicas do Nubank, reiterou que “a partir de agora será uma pessoa do mundo privado".
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