PF aponta ex-publicitária do PT como elo internacional em fraudes do INSS

Danielle Miranda Fonteles, que atuou na campanha de Dilma Rousseff em 2010, é investigada por movimentar recursos no exterior para o lobista conhecido como “Careca do INSS”

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A Polícia Federal (PF) deflagrou uma nova fase da Operação Sem Desconto e colocou no centro das investigações a publicitária Danielle Miranda Fonteles, ex-integrante da equipe de comunicação da campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010. Fonteles, que também foi sócia da agência Pepper Comunicação Interativa, é apontada como responsável por atuar como elo internacional em um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Segundo as investigações, Danielle teria operado recursos no exterior para o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, considerado o pivô do esquema. Documentos e mensagens obtidos pela PF revelam que ela era chamada de “sócia de Portugal” por Antunes e recebia cerca de 4 mil euros mensais para movimentar valores e dar suporte às operações financeiras em países como Portugal e Alemanha.

A atuação da publicitária, de acordo com os investigadores, não se limitava a simples transferências. A PF descreve sua participação como “sofisticada”, abrangendo frentes financeiras, empresariais, imobiliárias e internacionais. Fonteles teria sido responsável por conectar o núcleo brasileiro às estruturas europeias utilizadas pelo grupo, ampliando o alcance das operações ilícitas.

O Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do ministro André Mendonça, determinou medidas cautelares contra Danielle, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e a entrega de seu passaporte. A decisão reforça a gravidade das acusações e busca impedir novas movimentações internacionais enquanto o processo segue em curso.

A defesa da publicitária, por sua vez, argumenta que os valores movimentados seriam provenientes da venda de um imóvel, tese contestada pela PF. Para os investigadores, os indícios apontam para uma participação ativa e consciente no esquema de lavagem de capitais liderado por Antunes.

Fonteles, que ganhou notoriedade por sua atuação em campanhas políticas do Partido dos Trabalhadores, agora figura como um dos principais alvos da operação. O caso impulsiona debates sobre a relação entre figuras ligadas à comunicação política e esquemas de corrupção, além de expor a dimensão internacional das fraudes que atingem o sistema previdenciário brasileiro.