PF conclui que Carla Zambelli não efetivou ações de coação contra o STF
- Luana Valente

- 22 de set.
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A Polícia Federal (PF) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de relatório enviado ao ministro Alexandre de Moraes, que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) não realizou ações concretas de coação contra a Corte ou de obstrução de investigações judiciais. A conclusão consta no documento final da investigação, instaurada em junho deste ano após a parlamentar fugir para a Itália, tentando evitar o cumprimento de uma condenação de dez anos de prisão imposta pelo STF.
Zambelli foi condenada por ser considerada a autora intelectual da invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023. O ataque cibernético resultou na emissão fraudulenta de um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. O hacker Walter Delgatti, também condenado, afirmou ter agido sob ordens da deputada.
Durante a investigação, Moraes apontou que Zambelli poderia estar tentando adotar o mesmo “modus operandi” do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se encontra nos Estados Unidos, para continuar praticando condutas ilícitas. A PF, no entanto, concluiu que as manifestações da parlamentar — feitas em redes sociais e por meio de perfis de familiares — não ultrapassaram o campo da retórica.
“Embora a intenção de frustrar a aplicação da lei penal tenha sido verbalizada, o comportamento de Carla Zambelli, salvo melhor juízo, não ultrapassou o campo da retórica, inexistindo prova de efetivo êxito na adoção de expedientes, contatos, articulações ou providências aptas a comprometer o regular andamento de ação penal”, diz o relatório da delegada Verônica Snoeck Salles.
A PF também analisou movimentações financeiras da deputada, incluindo uma campanha de arrecadação via Pix para o pagamento de multas judiciais. Entre 8 de maio e 5 de junho, Zambelli recebeu 88 transferências, totalizando R$ 336 mil. O empresário Luciano Hang, dono da Havan, aparece entre os doadores.
O relatório agora está sob análise do ministro Alexandre de Moraes, que poderá decidir pelo arquivamento do inquérito, solicitar novas diligências ou encaminhar o caso à Procuradoria-Geral da República (PGR) para manifestação.






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