PF deflagra operação e prende servidores e empresários por desvio de R$ 198 milhões no Pará
- Luana Valente

- 4 de set.
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A Polícia Federal (PF), em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou nesta terça-feira a Operação Expertise, que investiga um esquema de corrupção envolvendo o desvio de aproximadamente R$ 198 milhões em recursos públicos destinados à saúde e à educação no estado do Pará.
A ação resultou na prisão preventiva de cinco pessoas — entre elas servidores públicos e empresários — além do cumprimento de 18 mandados de busca e apreensão nas cidades de Belém e Marituba. Seis servidores foram afastados de suas funções, e quatro empresas tiveram suas atividades suspensas por tempo indeterminado.
Segundo as investigações, o grupo criminoso operava por meio de fraudes em licitações, contratos simulados ou parcialmente executados, e uso de empresas de fachada. Os recursos desviados, provenientes do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e do Fundo Nacional de Saúde (FNS), eram sacados em espécie e redistribuídos entre os integrantes do esquema.
Durante as diligências, a PF apreendeu cerca de R$ 881 mil em dinheiro vivo, além de joias, relógios de luxo e 31 veículos, incluindo modelos de alto padrão. Um dos mandados foi cumprido na sede da Assembleia Legislativa do Pará, onde foram encontrados quase R$ 200 mil em espécie escondidos sob a cama de um servidor.
Entre os alvos da operação estão nomes ligados à Secretaria de Educação de Marituba, ao Detran/PA e à própria Assembleia Legislativa do Estado. As investigações, iniciadas em abril de 2024, apontam que os contratos suspeitos foram firmados entre 2018 e 2024.
Os envolvidos poderão responder por crimes como peculato, corrupção ativa e passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e infrações à Lei de Licitações.
A CGU alerta que o mau uso de recursos da educação e saúde compromete diretamente a qualidade dos serviços públicos e agrava desigualdades sociais, especialmente entre populações vulneráveis que dependem desses serviços para melhorar suas condições de vida.
A operação segue em andamento e as investigações correm sob segredo de justiça.






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