Moraes rebate acusações de ex-assessor sobre suposta adulteração de documentos da PF
- Luana Valente

- 4 de set.
- 2 min de leitura

Brasília — O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), respondeu oficialmente às acusações feitas por seu ex-assessor Eduardo Tagliaferro, que o acusou de adulterar documentos para justificar operações da Polícia Federal. Tagliaferro, atualmente foragido na Itália, apresentou a denúncia em audiência por videoconferência na Comissão de Segurança Pública do Senado, realizada na terça-feira (2).
Segundo o ex-assessor, que atuou como perito no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma petição assinada por Moraes teria tido sua data alterada para parecer que foi produzida antes de uma ação policial. Metadados apresentados por Tagliaferro indicam que o documento foi criado em 28 de agosto de 2022, mas incluído no processo com a data de 22 de agosto. Ele sustenta que a alteração teria como objetivo evitar que a operação da PF parecesse baseada apenas em uma reportagem jornalística sobre empresários que trocavam mensagens em grupos de WhatsApp.
Em nota oficial, o gabinete de Moraes negou qualquer irregularidade. O ministro afirmou que todos os procedimentos foram realizados de forma regular, com ciência da Procuradoria-Geral da República (PGR), e que os relatórios técnicos foram elaborados pelo TSE no exercício de seu poder de polícia, com base em postagens ilícitas nas redes sociais ligadas às investigações sobre milícias digitais e desinformação eleitoral.
A nota também esclarece que, no caso específico da PET 10.543, o relatório solicitado ao TSE foi juntado aos autos em 29 de agosto, após decisão do relator em 19 de agosto, e que o recurso da PGR não foi conhecido pelo STF em 9 de setembro, reforçando a legalidade do processo.
A denúncia de Tagliaferro gerou repercussão política, sendo utilizada por parlamentares da oposição como argumento para questionar a atuação de Moraes no STF. A Comissão do Senado decidiu encaminhar os documentos apresentados pelo ex-assessor ao STF, ao governo italiano e ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, alegando possível “fraude processual”.






Comentários