
O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), está no centro de uma polêmica após a revelação de que seu gabinete conta com 662 assessores. Desses, 610 são cargos comissionados, ou seja, não passaram por concurso público e foram indicados politicamente.
A informação, divulgada pela jornalista Andreza Matais, aponta que os gastos com esses cargos aumentaram significativamente durante a gestão de Rodrigues. Entre janeiro e abril de 2024, os custos chegaram a R$ 8,5 milhões, comparados aos R$ 1,8 milhão gastos pelo seu antecessor, Zenaldo Coutinho (PSDB), no mesmo período de 2020.
O professor Sergio Praça, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), destacou que 163 dos assessores são filiados ao PSOL, enquanto 24 são do Partido dos Trabalhadores (PT), partido do vice-prefeito Edilson Moura. Praça afirmou que o uso da máquina pública para fins eleitorais e partidários é significativo e comparável ao clientelismo de partidos do centrão.
A gestão de Edmilson Rodrigues, que busca a reeleição, enfrenta críticas por práticas que, segundo opositores, não diferem da política tradicional. As secretarias municipais são ocupadas por membros de partidos de esquerda, como PSOL, PT, PCdoB, PV e PDT.
Apesar das críticas, a presidente do PSOL, Paula Coradi, defendeu a gestão de Rodrigues, alegando que o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), prejudica a administração municipal. Ela também mencionou que o ex-presidente Jair Bolsonaro não enviou recursos significativos para Belém durante seu mandato.
Nas pesquisas eleitorais, Edmilson Rodrigues aparece em terceiro lugar, com 10% das intenções de voto, atrás do Delegado Éder Mauro (PL), com 22%, e de Igor Normando (MDB), que lidera com 33%.
A situação levanta questões sobre a eficiência e a transparência na administração pública, especialmente em um momento em que a população demanda maior responsabilidade fiscal e ética dos gestores públicos.
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