Presidente do PL no Ceará anuncia suspensão de aliança com Ciro Gomes
- Luana Valente

- 3 de dez.
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Críticas de Michelle Bolsonaro influenciou na decisão de “pausar” negociações com o ex-governador cearense, que havia migrado para o PSDB.

O presidente estadual do Partido Liberal (PL) no Ceará, deputado federal André Fernandes, confirmou nesta semana a suspensão das negociações de aliança com Ciro Gomes (PSDB) para a disputa ao governo do estado em 2026. A decisão foi tomada após críticas públicas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que se manifestou contra a aproximação da sigla com o ex-governador cearense.
A crise ganhou força depois que Michelle Bolsonaro classificou como “inaceitável” a possibilidade de o PL apoiar Ciro Gomes, figura historicamente ligada ao campo opositor ao bolsonarismo. Suas declarações geraram mal-estar dentro do partido, especialmente entre lideranças nacionais e regionais, e culminaram em uma reunião emergencial em Brasília, convocada pelo presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto.
No encontro, estiveram presentes o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que atua como porta-voz da família Bolsonaro, além de André Fernandes e Rogério Marinho (PL-RN), secretário-geral da sigla. Após a reunião, foi anunciado que o partido iria “pausar” as tratativas com Ciro Gomes e buscar alternativas para a disputa no Ceará.
A decisão expôs uma divisão interna no PL. Enquanto parte da bancada cearense defendia a aproximação com Ciro como estratégia para ampliar a base eleitoral no estado, a cúpula nacional recuou diante da pressão de Michelle Bolsonaro e de setores ligados diretamente ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Deputados estaduais chegaram a reforçar apoio ao acordo com Ciro horas antes da suspensão, mas foram sobrepostos pela deliberação nacional.
O episódio também revelou a influência política de Michelle Bolsonaro dentro do partido. Embora não ocupe cargo formal na direção nacional, Michelle preside o PL Mulher e tem se consolidado como voz ativa nas decisões estratégicas da legenda. Sua intervenção foi decisiva para barrar a aliança com Ciro Gomes, que recentemente deixou o PDT e se filiou ao PSDB.
Com a suspensão, o PL deve agora procurar outro nome para disputar o governo do Ceará em 2026, mantendo a intenção de fortalecer a direita no estado e enfrentar os grupos ligados ao PT e ao PDT. A indefinição abre espaço para novas articulações políticas e evidencia o peso das disputas internas na condução das alianças partidárias.






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