Após quatro desistências, José Luiz Datena promete seguir até o final na disputa pela prefeitura, enquanto o partido avalia possíveis alianças com Tabata Amaral.
O apresentador José Luiz Datena (PSDB) lançou oficialmente sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo nesta quinta-feira (13), em um evento repleto de figuras importantes do partido, incluindo o presidente nacional Marconi Perillo, o presidente municipal José Anibal e o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG). Datena, que já havia ensaiado disputar diferentes cargos políticos no passado, afirmou com determinação que desta vez irá até o fim. "Realmente sinto que tenho mais responsabilidade nessa campanha do que nas anteriores. Porque, dessa vez, eu vou até o fim", declarou.
O evento foi marcado por uma atmosfera de esperança dentro do PSDB, que recentemente viu todos os seus vereadores eleitos na última eleição deixarem a legenda para apoiar a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Datena, que é apresentador de um programa diário de TV, é visto por muitos tucanos como a figura que pode revitalizar o partido. "Repito com todo respeito ao presidente Lula e ao presidente Bolsonaro, São Paulo vai ser governado pelo PSDB, São Paulo vai ser governado por mim", afirmou Datena.
Durante seu discurso, Datena não poupou críticas à atual administração municipal e à polarização política no país. Ele mencionou a privatização dos cemitérios paulistas e as suspeitas de ligação de empresas de ônibus com o PCC como pontos de falha da gestão atual. "Na minha administração, não vai ter gente pagando passagem para o PCC", disse Datena, se referindo a uma operação do Ministério Público que mirou empresas de ônibus suspeitas de ligação com o crime organizado.
Datena também criticou a polarização política, referindo-se aos pré-candidatos Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB), que têm o apoio do presidente Lula (PT) e do ex-presidente Bolsonaro (PL), respectivamente. "Essa polarização nos deixou bem próximos de flertar com o regime de exceção", alertou.
Embora o PSDB tenha lançado Datena como seu pré-candidato, a possibilidade de uma aliança com a deputada federal Tabata Amaral (PSB) ainda não está descartada. Orlando Faria, coordenador de campanha de Tabata e ex-secretário da administração de Bruno Covas, esteve presente no evento e mencionou a possibilidade de uma reaproximação. "As portas estão abertas para Datena", afirmou Tabata na semana passada, sugerindo que ainda haveriam "muitas surpresas" em relação à composição da chapa.
O ex-vereador Mário Covas Neto, que estava no Podemos e retornou ao PSDB, também participou do evento e é cotado para a vaga de vice de Datena. No entanto, ele destacou que as possibilidades estão em aberto, tanto para Datena ser vice de Tabata quanto vice-versa. "Não sou candidato a nada no momento", afirmou Covas Neto, defendendo a importância de conseguir o maior número de partidos coligados possível.
Datena tem até o dia 30 de junho para deixar seu programa na Band, conforme as regras eleitorais, e seu nome precisa ser homologado na convenção partidária."Não vou fazer campanha com colete à prova de bala, vou fazer com o peito aberto. Atira aqui [apontou para o peito]. Se me deixarem de cadeira de rodas, eu termino a campanha de cadeira de rodas e ganho", desafiou Datena.
A pesquisa Datafolha divulgada em maio mostra Datena com 8% das intenções de voto, empatado tecnicamente com Tabata Amaral (8%), Pablo Marçal (PRTB) com 7%, Marina Helena (Novo) e Kim Kataguiri (União) com 4% cada. Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB) estão empatados tecnicamente com 24% e 23%, respectivamente.
BSM
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