Em uma tentativa de estreitar laços com o eleitorado evangélico, o Partido dos Trabalhadores (PT) tem reformulado sua comunicação, substituindo o tradicional termo "companheiro" por "irmão". Essa mudança faz parte da campanha do Processo de Eleições Diretas (PED), onde o partido busca aumentar sua base de filiados e fortalecer sua presença entre os evangélicos, um dos maiores segmentos religiosos do Brasil.
A escolha do termo "irmão" não é meramente semântica, mas estratégica. Enquanto "companheiro" remete à tradição sindical e aos movimentos sociais, "irmão" é uma expressão amplamente utilizada nas igrejas evangélicas, simbolizando pertencimento e acolhimento. Um dos slogans da campanha já reflete essa mudança: "Irmão, você precisa se filiar pra votar no PED".
Além da mudança no discurso, o governo Lula tem reforçado iniciativas voltadas para esse público. O programa social "Acredita", por exemplo, conta com o apoio de mais de 70 igrejas e entidades evangélicas. O objetivo desse programa é fomentar o empreendedorismo entre pequenos empresários e microempreendedores individuais (MEIs), com as igrejas atuando como intermediárias na divulgação.
Outra frente de diálogo envolve a possível nomeação de lideranças evangélicas em cargos estratégicos no governo, como a senadora Eliziane Gama e a deputada Benedita da Silva, na próxima reforma ministerial. Apesar desses esforços, o Planalto ainda enfrenta desafios para conquistar a confiança dos evangélicos, com pesquisas apontando que uma parte considerável desse grupo permanece resistente às propostas do governo.
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