Publicitária ligada ao PT recebeu R$ 5 milhões de empresário investigado por fraudes no INSS
- Luana Valente

- 3 de out.
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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS recebeu um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que aponta a transferência de R$ 5 milhões do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes — conhecido como “Careca do INSS” — para a publicitária Danielle Miranda Fonteles, que atuou em campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores (PT), incluindo a de Dilma Rousseff em 2010.
Segundo o documento, os repasses ocorreram entre novembro de 2023 e março de 2025, período considerado o auge das operações fraudulentas sob investigação por desvio de benefícios previdenciários. As transações foram consideradas atípicas pelo Coaf, mas não há confirmação de ilegalidade. O relatório destaca a ausência de vínculo familiar, societário ou econômico legítimo entre as partes, o que acendeu alertas sobre a origem dos recursos.
Fonteles afirmou, por meio de nota, que os valores recebidos correspondem a parcelas de um contrato de venda de um imóvel localizado em Trancoso, distrito de Porto Seguro (BA). O negócio, avaliado em R$ 13 milhões, previa pagamento em 13 parcelas de R$ 1 milhão. No entanto, a operação foi interrompida após o bloqueio das contas de Antunes durante a deflagração da Operação Sem Desconto pela Polícia Federal, em abril de 2025.
A publicitária declarou que os valores estão registrados na Receita Federal e que os impostos foram devidamente recolhidos. Ela também afirmou que não mantém relações comerciais com o PT desde 2015.
Danielle Fonteles foi sócia da agência Pepper Comunicação Interativa, que já havia sido investigada pela Polícia Federal na Operação Acrônimo, por suspeita de lavagem de dinheiro em campanhas eleitorais. Em delações anteriores, Fonteles admitiu ter recebido recursos de forma irregular para campanhas do PT, incluindo a de Fernando Pimentel ao Senado em 2010 e a de Rui Costa ao governo da Bahia em 2014.
O senador Sergio Moro (União Brasil-PR), integrante da CPMI, anunciou que solicitará a quebra de sigilos bancário e fiscal da publicitária e sua convocação para prestar esclarecimentos à comissão.
Fonteles sustenta que o contrato foi rescindido em maio de 2025 e que os valores pagos por Antunes serão devolvidos quando o imóvel for vendido.






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