Rubio adverte: EUA enfrentarão os cartéis que traficam “veneno”

Haiyun Jiang/The New York Times

O senador republicano Marco Rubio reforçou o posicionamento do governo dos Estados Unidos ao declarar que o país enfrentará com firmeza os cartéis latino-americanos responsáveis pela disseminação do que chamou de “veneno” em território americano, ao se referir sobre a crescente crise de saúde pública causada pelo tráfico de fentanil e outras drogas sintéticas.

Rubio, conhecido por sua postura linha-dura em temas de segurança nacional, apoiou a recente decisão do presidente Donald Trump de autorizar o uso das Forças Armadas contra organizações criminosas estrangeiras envolvidas no narcotráfico. A medida, segundo Rubio, é uma resposta necessária diante da ameaça que esses grupos representam à sociedade americana.

Em fevereiro, o governo dos EUA classificou diversas gangues e cartéis como organizações terroristas estrangeiras, incluindo o cartel de Sinaloa (México), o Tren de Aragua (Venezuela) e a Mara Salvatrucha (MS-13). Em julho, o “Cártel de los Soles”, acusado de ligação ao presidente venezuelano Nicolás Maduro, também foi incluído na lista. Essa designação abriu caminho legal para operações militares diretas contra esses grupos, tanto em alto-mar quanto em território estrangeiro.

Rubio defendeu a medida como uma questão de sobrevivência nacional, afirmando que os cartéis não apenas traficam drogas, mas também fomentam violência, corrupção e instabilidade política em toda a região. “Estamos lidando com organizações que operam como redes terroristas. Não podemos mais tratá-las como simples criminosos”, disse o senador em entrevista recente.

A decisão de Trump provocou reações intensas na América Latina. Países como México e Venezuela expressaram preocupação com possíveis violações de soberania e evocaram memórias de intervenções militares passadas. O Departamento de Justiça ainda não se pronunciou oficialmente sobre os limites legais dessas operações.

A declaração de Rubio e a ordem executiva de Trump marcam uma escalada significativa na guerra contra o narcotráfico. Enquanto o governo americano intensifica sua ofensiva, a comunidade internacional observa com cautela os desdobramentos dessa nova fase de enfrentamento aos cartéis — e as conexões entre segurança nacional, política externa e tensões geopolíticas.