Rubio promete reação dos EUA à condenação de Bolsonaro e critica ministros do STF
- Luana Valente

- 16 de set.
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O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou nesta segunda-feira (15) que o governo norte-americano anunciará nos próximos dias uma resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi feita em entrevista à emissora Fox News, na qual Rubio também teceu duras críticas aos magistrados brasileiros envolvidos no julgamento.
Bolsonaro foi condenado na última quinta-feira (11) a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa e danos ao patrimônio público. A decisão foi tomada pela Primeira Turma do STF, que também condenou outros sete réus envolvidos na trama golpista.
Rubio classificou o julgamento como parte de uma “campanha de opressão judicial” e acusou os ministros do STF de serem “juízes ativistas”. Sem citar nomes diretamente, o secretário fez referência ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, alegando que ele teria tentado impor “reivindicações extraterritoriais” contra cidadãos americanos e empresas sediadas nos Estados Unidos.
“O Estado de Direito está se deteriorando. Há juízes ativistas, um em especial, que não apenas perseguiu Bolsonaro, mas buscou impor decisões extraterritoriais contra cidadãos americanos, chegando até a ameaçar ir além disso”, declarou Rubio.
Apesar do tom crítico, o secretário não especificou quais medidas serão adotadas, limitando-se a dizer que os anúncios ocorrerão “na próxima semana”. Fontes diplomáticas indicam que sanções individuais contra autoridades brasileiras, como a inclusão de Moraes na lista da Lei Magnitsky, estão sendo consideradas.
A reação americana ocorre em meio à deterioração das relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos. Em julho, o presidente Donald Trump impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, justificando a medida como resposta à “perseguição política” contra Bolsonaro. Na semana passada, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, chegou a afirmar que os EUA estão dispostos a “usar meios militares” para proteger a liberdade de expressão global.
A escalada de tensões coincide com a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos EUA, onde discursará na abertura da Assembleia Geral da ONU. Interlocutores do governo brasileiro avaliam que os próximos dias serão decisivos para o futuro das relações diplomáticas entre os dois países.






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