“Se brincar vai ter a quarta vez”, sinaliza Lula com indicativo de candidatura à reeleição em 2026.
- Luana Valente
- 4 de jul.
- 3 min de leitura

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou nesta sexta-feira (4), que pretende disputar a reeleição em 2026. A declaração foi feita durante cerimônia de anúncio de investimentos da Petrobras no setor de refino e petroquímica, realizada em Duque de Caxias (RJ), e marca o sinal mais explícito até agora de sua intenção de buscar um quarto mandato presidencial.
“Tem gente que pensa que o governo já acabou. Tem gente que já está pensando em eleição. Eles não sabem o que eu estou pensando. Então se preparem, se preparem, porque se tudo estiver como eu estou pensando, esse país vai ter pela primeira vez um presidente eleito quatro vezes”, afirmou Lula, arrancando aplausos da plateia.
A fala ocorre em meio a tensões entre os Poderes, especialmente após o Supremo Tribunal Federal suspender decretos relacionados ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Apesar do clima de atrito, Lula adotou um tom conciliador, elogiando o Congresso Nacional e destacando a importância do diálogo: “Quando tem divergência, é bom. Porque a gente senta na mesa, vai conversar e resolve”.
Apesar da tramitação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa acabar com a reeleição para cargos do Executivo, especialistas apontam que a medida não afetaria Lula, já que a transição prevista só se aplicaria a partir de 2030.
Com a frase “se brincar, vai ter a quarta vez”, Lula não apenas sinaliza sua disposição para mais uma disputa, mas também desafia seus adversários a enfrentá-lo nas urnas — mesmo as pesquisas apontando a baixa popularidade no cenário político brasileiro.
Expectativas de Lula x realidade
Enquanto isso, a popularidade de Lula segue em em queda. As pesquisas revelam os desafios para o governo em 2025.
A trajetória de aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu terceiro mandato tem enfrentado uma curva descendente, segundo diversos institutos de pesquisa. A queda na popularidade reflete um cenário político e econômico desafiador, a pouco mais de um ano das eleições presidenciais de 2026.
Dados recentes das pesquisas
• A pesquisa Genial/Quaest de julho de 2025 mostra que 56% dos brasileiros desaprovam o governo Lula, o maior índice de rejeição desde o início do mandato;
• O Datafolha apontou que apenas 24% dos eleitores avaliam o governo como ótimo ou bom, enquanto 41% o consideram ruim ou péssimo, o pior desempenho em todos os seus mandatos;
• A AtlasIntel, em parceria com a Bloomberg, revelou que a desaprovação de Lula chegou a 53%, com queda de 14 pontos na aprovação desde o início da série histórica em outubro de 2024.
Especialistas e analistas políticos identificam múltiplos fatores que explicam o desgaste da imagem presidencial:
• Inflação e alta nos preços dos alimentos, que afetam diretamente o poder de compra da população;
• Juros elevados e dificuldades no acesso ao crédito, que impactam o consumo e o humor do eleitorado;
• Comunicação ineficaz do governo, especialmente nas redes sociais, dificultando a defesa de suas políticas públicas;
• Crises políticas, como o embate com o Congresso sobre o IOF, que expuseram fragilidades na articulação institucional;
• Crescimento da oposição, com nomes como Tarcísio de Freitas e Michelle Bolsonaro ganhando força nas pesquisas eleitorais.
Diante do cenário adverso, o governo tem apostado em uma narrativa de justiça fiscal, tentando reposicionar sua imagem como defensora dos mais pobres e crítica aos privilégios da elite econômica. No entanto, analistas alertam que vitórias pontuais na comunicação digital não têm sido suficientes para reverter a impopularidade.
Comments