Van Hattem expõe esquema bilionário e questiona ligação de Nelson Wilians a José Dirceu em CPMI do INSS
- Luana Valente

- 19 de set.
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O deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS) protagonizou um embate direto com o advogado Nelson Wilians durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, realizada em 18 de setembro de 2025. Van Hattem confrontou Wilians sobre sua suposta participação em um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 4,3 bilhões entre 2019 e 2024.
Segundo documentos da Polícia Federal e relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o escritório de Wilians teria realizado operações financeiras atípicas, envolvendo empresas de fachada, compra de imóveis e veículos de luxo — incluindo uma Ferrari F8 Spyder e dois Mercedes de alto padrão encontrados em um shopping de Brasília. O empresário Fernando Cavalcante, investigado pela PF, teria 20% de participação no NW Group, grupo empresarial ligado a Wilians, o que levantou suspeitas sobre a relação entre os dois.
Durante o depoimento, Van Hattem acusou Wilians de mentir à comissão e de se esquivar das perguntas ao se recusar a prestar compromisso com a verdade. O momento mais tenso ocorreu quando o nome do ex-ministro José Dirceu foi mencionado. Van Hattem apontou mudanças na postura corporal de Wilians e questionou sua relação com Dirceu, especialmente sobre contratos milionários e influência política. Wilians, no entanto, evitou responder diretamente.
Além disso, parlamentares levantaram a hipótese de que Dirceu teria ajudado Wilians a obter contratos com o Banco do Brasil. O advogado negou envolvimento com o escândalo do INSS e, amparado por habeas corpus concedido pelo ministro Kassio Nunes Marques, do STF, exerceu o direito de permanecer em silêncio durante a maior parte do interrogatório.
A CPMI segue investigando os indícios de um esquema que teria desviado recursos públicos por meio de escritórios de advocacia e empresas ligadas a figuras influentes do cenário político e empresarial brasileiro. A atuação incisiva de Van Hattem colocou em evidência conexões que, segundo ele, precisam ser esclarecidas para garantir transparência e responsabilização.






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