
Uma das principais autoridades eleitorais da Venezuela, em uma declaração que certamente abalará o país, cansado da crise, disse em uma entrevista ao The New York Times que não tem provas de que o ditador da Venezuela venceu as eleições do mês passado.
Diretor do Conselho Nacional Eleitoral
Desde a votação de 28 de julho, governos de todo o mundo expressaram ceticismo, e até mesmo descrença absoluta, sobre a reivindicação de vitória de Nicolás Maduro. Mas a declaração de Juan Carlos Delpino - membro do órgão governamental que anunciou a vitória de Maduro - representa a primeira grande crítica de dentro do sistema eleitoral.
Sem evidência da vitória
Falando oficialmente a um repórter pela primeira vez desde a votação, Delpino disse que “não havia recebido nenhuma evidência” de que Maduro realmente obteve a maioria dos votos. Nem o órgão eleitoral nem Maduro divulgaram as contagens para apoiar as afirmações de que o ditador ganhou a reeleição, enquanto a oposição publicou recibos de milhares de máquinas de votação que mostram que seu candidato, Edmundo González, ganhou uma maioria esmagadora.
Pede perdão aos venezuelanos
Ao declarar Maduro como vencedor sem provas, o órgão eleitoral “falhou com o país”, disse Delpino. “Estou envergonhado e peço perdão ao povo venezuelano. Porque todo o plano que foi elaborado - para realizar eleições aceitas por todos - não foi alcançado”.
MP prepara armadilha para prender candidato da oposição
O Ministério Público da Venezuela voltou a convocar para esta terça-feira (27/08) o opositor Edmundo González Urrutia, após ele não ter comparecido a uma primeira convocação para esta segunda, 26. O candidato está sob investigação criminal após denunciar fraude na eleição presidencial de 28 de julho. Entre os supostos crimes está usurpação de funções e falsificação de documentos públicos, entre outros.
González Urrutia ameaçado de prisão
González Urrutia — que não é visto em público desde 30 de julho, quando foi ameaçado de prisão — reivindica sua vitória nas eleições nas quais o ditador Nicolás Maduro foi proclamado vencedor para um terceiro mandato consecutivo com 52% dos votos. A oposição, porém, reivindica a vitória de González Urrutia por 67% com base em 83% das atas de votação obtidas e publicadas em um site.
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