Viagem de senadores brasileiros aos EUA gera gastos de quase R$ 500 mil sem encontros oficiais com governo americano
- Luana Valente
- há 16 horas
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Uma missão oficial composta por oito senadores brasileiros aos Estados Unidos tem gerado polêmica e atenção pública após o custo da viagem ultrapassar R$ 476 mil, mesmo sem reuniões confirmadas com representantes do governo norte-americano. A comitiva, liderada por Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, viajou com o objetivo de discutir as tarifas de 50% impostas pelo governo de Donald Trump sobre produtos brasileiros.
Gastos detalhados
• R$ 275,4 mil foram destinados às passagens aéreas
• R$ 201,4 mil cobriram diárias e seguros viagem
• O valor total chega a R$ 476,8 mil, conforme dados do Senado Federal
Apesar de ser uma missão oficial, a comitiva não tem encontros agendados com membros do Executivo americano. As reuniões têm se concentrado com parlamentares dos partidos Republicano e Democrata e representantes do setor privado, como empresários da Câmara de Comércio dos EUA e do Brazil-U.S. Business Council.
A viagem ocorre durante o recesso parlamentar nos EUA, o que limita a presença de congressistas em Washington. Ainda assim, há expectativa de reuniões com ao menos seis parlamentares americanos. Segundo Trad, a agenda oficial está sendo mantida sob sigilo para evitar interferências externas.
Senadores participantes Além de Trad, integram a missão:
• Marcos Pontes (PL-SP)
• Rogério Carvalho (PT-SE)
• Jaques Wagner (PT-BA)
• Esperidião Amin (PP-SC)
• Fernando Farias (MDB-AL)
• Carlos Viana (Podemos-MG)
• Tereza Cristina (PP-MS)
Cada senador solicitou ressarcimentos diferentes, com alguns optando por menos diárias ou apenas seguro viagem.
A iniciativa foi criticada por figuras como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que classificou a missão como um “desrespeito” ao ex-presidente Trump e questionou sua legitimidade. Por outro lado, Jaques Wagner, líder do governo no Senado, defendeu a ação como parte da diplomacia parlamentar: “É preciso que os governos se entendam. A gente está aqui para contribuir”.
A missão, embora sem encontros oficiais com o governo americano, é apresentada pelo Senado como estratégica e institucional.
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