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Vila da Barca: Viver em uma linha tênue entre progresso e retrocesso

Foto do escritor: Luana Valente Luana Valente

Atualizado: 3 de jun. de 2024


O poder público existe, mas não se faz presente, compactuando silenciosamente para a degradação social



"Invisíveis ao desigual", é assim que se sentem grande parte dos moradores da comunidade Vila da Barca - uma das maiores favelas em palafitas localizada na região central e turística de Belém - cidade que será o palco da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas - COP-30, em 2025.


A cada passo dado é possível identificar que embaixo das moradias existem um grande acúmulo de lixos, que se misturam aos esgotos a céu aberto, agravando na proliferação de mosquitos e doenças. Vale frisar que toda essa insalubridade deságua no Rio Guamá.




A presença dos animais entre os resíduos e esgotos também evidencia o desequilíbrio no ambiente, o qual tomou proporções impactantes e talvez irreversíveis pela ausência de políticas públicas.



Moradora da Vila da Barca e liderança presente na comunidade há mais de 20 anos, dona Vilma, alerta sobre os vários riscos à saúde causados pelo acúmulo de resíduos somados a falta de uma rede de esgoto adequada para os moradores da comunidade.



“Precisamos ter um saneamento digno, fazer o esgoto porque não tem e quando vem a maré os canos que estão furados se mistura as água que o povo vai ingerie”.

Também houveram relatos de moradores que foram acometidos por doenças decorrentes da falta do tratamento adequado da água que abastece a comunidade.


As andanças pela comunidade da Vila da Barca foram reveladoras em vários aspectos. Estar in loco é o além do ouvir, é sentir. Entre diálogos e sensações de todas as carências ali vividas por Dona Vilma e pela população foi possível constatar que os percalços enfrentados pelos moradores da Vila da Barca, vão muito além da falta de saneamento.


Cerca de 300 famílias que moram em palafitas estão aguardando há mais de dois anos a conclusão da segunda fase do projeto de casas populares - obra de responsabilidade da Prefeitura de Belém. Até o momento, somente 160 famílias foram contempladas com as casas habitacionais.


A desigualdade latente na comunidade propicia para alimentar a insalubridade não somente no ambiente, mas, nas relações entre os moradores.


A comunidade da Vila da Barca vivencia há anos o equivalente a uma linha tênue entre o progresso e o retrocesso em que o poder público existe, mas não se faz presente, compactuando silenciosamente para a degradação social, onde mais de 83% da população vive em condições precárias e sem acesso a coleta de lixo e esgoto, e 23% não tem sequer acesso a água.




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