“Vivemos uma completa insegurança jurídica”, declara Jair Bolsonaro

BRENO ESAKI/METRÓPOL

Em entrevista concedida à emissora de rádio AuriVerde, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil vive uma "completa insegurança jurídica". A declaração foi feita em meio a discussões sobre um pedido de prisão preventiva contra ele, apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por uma vereadora do Recife e um servidor público. O pedido, que acusa Bolsonaro de crimes como obstrução de justiça e incitação ao crime, foi encaminhado ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, para análise.

Bolsonaro, que já é réu em processos relacionados à tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, destacou que a possibilidade de prisão existe e mencionou cartas recebidas de pessoas que ele descreveu como "presos políticos" dos atos de 8 de janeiro de 2023. Ele negou ter incentivado os ataques à Praça dos Três Poderes e afirmou que sua equipe foi orientada a evitar passar perto de embaixadas, em resposta a críticas de que ele poderia buscar asilo diplomático.

“Até já avisei quem trabalha comigo, dirigindo meu carro, para nem passar perto de embaixadas. Alguns me criticaram lá atrás, achando que eu ia fugir para a Embaixada da Hungria […] A possibilidade [de ser preso] existe. Nós vivemos uma completa insegurança jurídica. Estou com várias cartas que chegam de presos políticos. Cada um tem um drama”, declarou Bolsonaro.

Além disso, Bolsonaro frisou que não está “tranquilo” com essa situação.

“Da minha parte, estou aqui no Brasil. Lógico que você não fica tranquilo [com possibilidade de ser preso] com uma questão como essa, [porque] ninguém quer perder a liberdade, principalmente quem não cometeu crime nenhum. O que me dá forças são as pessoas que estão presas, como a Débora [pichadora da estátua da Justiça], e mais uma centena de pessoas por aí. A gente se apega acima disso, desses inocentes.”

O ministro Alexandre de Moraes, relator das ações no STF, solicitou que a Procuradoria-Geral da República avaliasse a necessidade de prisão preventiva para garantir a ordem pública e preservar a instrução processual. A PGR deu parecer contrário ao pedido de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Acompanhe a entrevista na íntegra