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A CPMI do INSS intensifica investigações e promete dias “muito difíceis” ao governo Lula

Saulo Cruz/Agência Senado
Saulo Cruz/Agência Senado

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o roubo bilionário de aposentadorias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem provocado forte tensão no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com um acervo robusto de documentos, que inclui quebras de sigilo e relatórios de inteligência do Coaf e da Controladoria-Geral da União (CGU), os parlamentares prometem aprofundar as apurações e convocar novos depoimentos, mesmo de figuras já ouvidas anteriormente.


A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), integrante da CPMI, afirmou que “os dias serão muito ruins” para políticos governistas, especialmente ligados ao PT e PDT, partidos que aparecem em conexões com os principais suspeitos. O foco das investigações recai sobre o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), acusado de realizar descontos indevidos em benefícios de mais de 254 mil aposentados, totalizando cerca de R$ 1,2 bilhão desviados sem autorização.


O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), classificou o Sindnapi como uma “organização criminosa familiar”, apontando vínculos diretos com o irmão do presidente Lula, Frei Chico, que teria assumido a vice-presidência do sindicato após a morte de João Feio. Segundo Gaspar, há indícios de que o esquema envolvia divisão de recursos entre familiares e investimentos milionários por meio da CMW Corretora e do banco.


Apesar de muitos convocados permanecerem em silêncio durante os depoimentos, amparados por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), os parlamentares têm se concentrado na análise documental. O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), um dos mais atuantes na comissão, confirmou que implicados que já prestaram depoimento poderão ser reconvocados, à medida que novas evidências surgem.


A CGU também foi criticada por suposta omissão, já que os dados revelam que 96,8% dos aposentados afetados não autorizaram os descontos. Além disso, o governo federal, até o final de setembro, havia ressarcido apenas 43% dos valores descontados indevidamente, segundo levantamento do Dataprev, o que representa cerca de R$ 1,6 bilhão pagos aos lesados, de um total estimado de R$ 3,7 bilhões.


Com o avanço das investigações, a CPMI se prepara para uma nova fase, que pode incluir o aprofundamento das conexões políticas e empresariais envolvidas no esquema. A convocação de Frei Chico é considerada prioridade absoluta pelo relator, o que pode colocar o governo Lula sob ainda mais pressão nos próximos dias.

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