María Corina Machado recebe Nobel da Paz por sua luta pacífica contra o autoritarismo de Nicolás Maduro na Venezuela
- Luana Valente

- 11 de out.
- 2 min de leitura

Em uma decisão histórica anunciada nesta sexta-feira (10), o Comitê Norueguês do Nobel concedeu o Prêmio Nobel da Paz de 2025 à engenheira e líder opositora venezuelana María Corina Machado, reconhecendo sua atuação incansável pela restauração da democracia e dos direitos humanos em seu país.
Símbolo de resistência democrática
Machado, de 58 anos, tornou-se uma das principais vozes contra o regime de Nicolás Maduro, que governa a Venezuela desde 2013. Impedida de concorrer às eleições presidenciais de 2024 por decisões judiciais consideradas arbitrárias e alinhadas ao governo, ela passou a viver na clandestinidade após o pleito, marcado por denúncias de falta de transparência e repressão política.
Segundo o Comitê do Nobel, a escolha de Machado representa “um tributo à coragem de quem mantém acesa a chama da democracia em meio à escuridão autoritária”. A premiação inclui uma bonificação de 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,2 milhões).
Trajetória e impacto
Nascida em Caracas, María Corina Machado é formada em Engenharia Industrial pela Universidade Católica Andrés Bello e possui especialização em Finanças. Sua trajetória política ganhou destaque em 2005, quando foi eleita deputada da Assembleia Nacional. Desde então, tornou-se uma figura polarizadora, admirada por setores democráticos e criticada por aliados do chavismo.
Em 2023, Machado venceu as primárias da oposição venezuelana, mas foi posteriormente desqualificada pelo Tribunal Supremo de Justiça, sob alegações de irregularidades que foram amplamente contestadas por observadores internacionais. Mesmo diante da perseguição, ela continuou a mobilizar apoio popular e internacional, defendendo uma transição pacífica de poder.
Reações e repercussão
A premiação gerou reações diversas. Enquanto organizações de direitos humanos celebraram o reconhecimento, o embaixador da Venezuela na ONU, Samuel Moncada, ironizou a escolha, sugerindo sarcasticamente que Machado poderia ganhar o Nobel de Física no futuro. Até o momento, o alto escalão do governo venezuelano não se pronunciou oficialmente.
Machado, por sua vez, declarou estar “em choque” com a honraria e dedicou o prêmio “a todos os venezuelanos que não desistiram de sonhar com um país livre”.
A escolha de María Corina Machado como laureada do Nobel da Paz representa um marco para a América Latina, onde regimes autoritários ainda desafiam os princípios democráticos. Sua trajetória reforça a importância da resistência pacífica e da mobilização civil como instrumentos legítimos de transformação política.






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