Advogado da Trump Media sobe o tom e diz que estão "mentindo" sobre processo contra Moraes nos EUA

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Em meio ao acirramento das tensões jurídicas entre empresas americanas e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Martin de Luca, representante da Trump Media e da plataforma Rumble, fez duras críticas à Advocacia-Geral da União (AGU), acusando o órgão brasileiro de omissão e desinformação no processo que tramita na Justiça da Flórida, nos Estados Unidos.

Segundo De Luca, a AGU estaria “mentindo” ao afirmar que acompanha o caso e prepara minutas de intervenção processual. “Eles disseram em fevereiro que iriam aparecer para defender o ministro. Faz seis meses e nada. O que ele está fazendo? Jogando tênis?”, ironizou o advogado em entrevista ao Ponto de Vista da revista Veja.

Além disso, De Luca afirmou que as ordens jurídicas de Alexandre de Moraes "vão na contramão de democracias liberais" e que as sanções econômicas contra o magistrado "estão sendo seriamente consideradas e avaliadas nesses momentos" pelo governo dos Estados Unidos.

"O ministro Alexandre de Moraes está encaminhando ordens de censura ao Brasil, sem restrição nenhuma, para os Estados Unidos, para empresas americanas que não tem nenhuma conexão com o Brasil", completou.

Entenda o caso

A ação judicial foi movida em fevereiro de 2025 por Trump Media & Technology Group e Rumble Inc., que alegam que decisões de Moraes violam a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que garante a liberdade de expressão. As empresas pedem que as ordens judiciais do ministro brasileiro sejam consideradas inexequíveis em território americano.

O processo ganhou novo fôlego nesta semana, quando o Tribunal Distrital da Flórida emitiu uma nova intimação a Moraes, dando-lhe 21 dias para apresentar resposta formal. Caso contrário, o tribunal poderá emitir uma sentença à revelia.

Posição da AGU

Em nota oficial, a AGU afirmou que acompanha o processo a pedido do STF e que está preparando documentos para uma eventual intervenção em nome da República Federativa do Brasil. No entanto, o órgão ressaltou que ainda não há decisão judicial que determine a intimação formal do ministro Moraes.

O ministro da AGU, Jorge Messias, indicou que qualquer avanço dependerá da assinatura do mandado por um funcionário do tribunal americano, e que a citação deve seguir os protocolos de cooperação jurídica internacional previstos em tratados entre os dois países.

A postura combativa do advogado da Trump Media reflete o tom adotado pelas empresas envolvidas, que buscam responsabilizar Moraes como pessoa física por supostos danos comerciais e reputacionais, além de alegarem perseguição a empresas americanas que operam no Brasil.