Em depoimento ao STF, Anderson Torres nega ter questionado segurança das urnas eletrônicas

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Em depoimento prestado nesta terça-feira (10), o ex-ministro da Justiça Anderson Torres afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que nunca colocou em dúvida a segurança das urnas eletrônicas. A declaração foi feita durante depoimento à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), na fase de oitivas dos réus acusados por uma suposta tentativa de "golpe" de Estado após as eleições de 2022.

Torres, que também foi secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, é um dos réus no processo que investiga uma suposta trama golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022. Durante o interrogatório conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, Torres declarou: “Nunca chegou essa notícia até mim. Eu passava isso quando era questionado pelo presidente ou por qualquer outra autoridade, sempre passei isso, de que nós não tínhamos, tecnicamente, nada para dizer sobre as urnas eletrônicas”.

O ex-ministro também destacou que a Polícia Federal, órgão sob sua jurisdição à época, jamais encontrou qualquer evidência de fraude no processo eleitoral. A declaração foi feita no contexto da retomada dos interrogatórios dos réus do chamado “núcleo crucial” da suposta tentativa de golpe, que inclui militares e ex-integrantes do governo Bolsonaro.

A fala de Torres ocorre em meio a uma série de depoimentos no STF, que incluem nomes como o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem e o tenente-coronel Mauro Cid. Todos são investigados por participação em articulações para deslegitimar o resultado das eleições e promover medidas autoritárias.

A fase atual do processo é considerada decisiva, pois reúne os depoimentos que servirão de base para o julgamento dos acusados. A Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que o grupo atuou para romper a ordem democrática e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.