
Em uma entrevista concedida ao canal AuriVerde Brasil na última quarta-feira (4), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que “cassar um ministro não é bom” e que é “humilhante falar em impeachment” de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi feita em meio a discussões sobre um possível pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, que deve ser encaminhado ao Senado por opositores do governo Lula na próxima semana.
Bolsonaro enfatizou que a remoção de um ministro do STF não é uma solução desejável e pediu que os ministros da Corte busquem alternativas. “Peço a Deus que toque o coração dos onze ministros e os onze ministros busquem uma alternativa entre vocês. É humilhante falar em impeachment, eu sei disso. Cassar um ministro não é bom”, afirmou o ex-presidente.
A fala de Bolsonaro ocorre em um contexto de crescente tensão entre o ex-presidente e o STF, especialmente após decisões recentes do ministro Alexandre de Moraes, como a suspensão da rede social X (antigo Twitter) no Brasil. Bolsonaro criticou essas decisões, alegando que geram uma “desconfiança enorme” no STF e que a Corte deveria se esforçar para defender a Constituição de maneira vibrante e justa.
O ex-presidente também sugeriu que os ministros do STF se policiem e que um dos ministros, sem citar nomes, abaixe a guarda e tire o “coração de maldade” da frente. “Os onze ministros têm que se policiar; os dez têm que chegar para esse um e falar: ‘não dá mais, chega, acabou sua cota, chega’, porque o STF está enfrentando uma enorme desconfiança. A gente não quer isso. A gente quer um Supremo vibrante e que defenda a Constituição”, declarou Bolsonaro.
As declarações de Bolsonaro refletem a complexidade e a delicadeza das relações entre os poderes Executivo e Judiciário no Brasil, especialmente em um momento de intensas disputas políticas e jurídicas.
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