Com apoio da base governista, irmão de Lula escapa de convocação na CPMI do INSS
- Luana Valente

- 16 de out.
- 2 min de leitura

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) rejeitou, nesta quarta-feira (16), a convocação de José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão foi tomada após intensa articulação da base aliada do governo, que conseguiu barrar todos os 11 requerimentos apresentados por parlamentares da oposição para que Frei Chico prestasse depoimento à comissão.
Frei Chico é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), entidade que está sob investigação da Polícia Federal na Operação Sem Desconto, por suspeitas de descontos indevidos em benefícios previdenciários. Apesar de ocupar cargo de liderança no sindicato, ele não é alvo direto das investigações conduzidas pela PF.
A votação que rejeitou sua convocação terminou com 19 votos contrários e 11 favoráveis. A orientação para barrar o requerimento partiu do líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), e foi seguida por parlamentares aliados ao Executivo. A base também conseguiu adiar a votação sobre a quebra de sigilos do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi, outro nome citado nas investigações.
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), foi um dos autores dos requerimentos para convocar Frei Chico. Um dia antes da sessão, Gaspar também solicitou a prisão preventiva do presidente do Sindnapi, Milton Baptista de Souza, conhecido como Milton Cavalo, que havia comparecido à comissão e se recusado a responder às perguntas dos parlamentares.
A oposição argumenta que a convocação de Frei Chico seria essencial para esclarecer o envolvimento da diretoria do sindicato nas fraudes apuradas. Já os aliados do governo sustentam que, por não ser investigado formalmente, o irmão do presidente não deveria ser chamado a depor. A blindagem provocou críticas de parlamentares oposicionistas, que acusam o governo de tentar proteger figuras próximas ao presidente Lula.
A CPMI do INSS foi instalada para apurar irregularidades em descontos aplicados a aposentados e pensionistas, especialmente por entidades sindicais conveniadas ao INSS. A comissão tem enfrentado embates políticos desde sua criação, com a oposição buscando ampliar o escopo das investigações e o governo tentando limitar os danos políticos.
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