Conselheiro de Trump envia mensagem de apoio a Bolsonaro após operação da PF

Na manhã desta sexta-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tornou-se alvo de uma operação da Polícia Federal, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação incluiu mandados de busca e apreensão, além da imposição de medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e proibição de contato com diplomatas, embaixadores e outros investigados.

A operação ocorre em meio a investigações sobre suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo a decisão do STF, há indícios de obstrução de Justiça e coação no curso do processo, além de risco de fuga do país.

O episódio gerou reação imediata de aliados internacionais. Jason Miller, estrategista e conselheiro do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou uma mensagem de apoio a Bolsonaro em sua conta na rede social X (antigo Twitter). “Fique firme, Presidente @jairbolsonaro! O mundo inteiro está assistindo às táticas ditatoriais e antidemocráticas de @Alexandre de Moraes, e dezenas de milhões de pessoas o apoiam. Não descansaremos até que a perseguição política acabe!”, escreveu Miller.

A declaração foi feita em resposta a uma publicação de Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, que também criticou as medidas impostas pelo STF e classificou a operação como “humilhação proposital”.

A manifestação de Miller reacende preocupações sobre o impacto diplomático entre Brasil e Estados Unidos. Fontes do Itamaraty indicam que o governo brasileiro acompanha com atenção as declarações de figuras ligadas a Trump, especialmente diante da possibilidade de novas sanções comerciais ou posicionamentos públicos que possam interferir nas relações bilaterais.

O governo Lula, por sua vez, reafirmou que não interfere nas decisões do Judiciário e que a operação foi conduzida com base em investigações da Polícia Federal e parecer favorável da Procuradoria-Geral da República.

Jason Miller já teve atritos com o ministro Alexandre de Moraes no passado, tendo sido abordado pela PF em 2021 no âmbito do inquérito das chamadas “milícias digitais” B. Fundador da rede social Gettr, Miller é conhecido por oferecer espaço a usuários banidos de plataformas tradicionais, incluindo figuras da extrema-direita.