“Contrariados?”: Equipe de Moraes se irrita com EUA e Interpol por causa de Allan dos Santos
- Luana Valente
- 19 de ago. de 2024
- 2 min de leitura

A equipe do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manifestou descontentamento com a Interpol e o governo dos Estados Unidos devido à falta de ação no caso jornalista Allan dos Santos. Conversas vazadas entre juízes instrutores de Moraes revelam a frustração com a demora na emissão de um alerta vermelho pela Interpol e na extradição de Allan dos Santos pelos EUA.
Allan dos Santos é investigado em inquéritos sobre milícias digitais e fake news, sendo acusado por supostos ataques às instituições democráticas. Desde outubro de 2021, há um mandado de prisão preventiva contra ele, expedido por Moraes, que também determinou sua inclusão na lista de difusão vermelha da Interpol e solicitou sua extradição dos Estados Unidos, onde Allan se refugiou após operações da Polícia Federal no Brasil.
Em março deste ano, a Justiça dos Estados Unidos arquivou o pedido de extradição de Allan dos Santos, alegando que os delitos pelos quais é acusado no Brasil são considerados "crimes de opinião" e, portanto, protegidos pelo direito à liberdade de expressão garantido pela Constituição americana. Essa decisão gerou uma reunião tensa entre representantes dos dois países, com o governo brasileiro expressando sua insatisfação com a postura americana.
Críticos das medidas adotadas pelo STF argumentam que as ações contra Allan dos Santos ferem a Constituição brasileira, que assegura a liberdade de expressão como um direito fundamental. Ainda segundo esses críticos, a perseguição judicial contra o blogueiro representa uma ameaça à liberdade de imprensa e ao direito de manifestar opiniões, mesmo que controversas.
O gabinete de Moraes afirmou que todos os procedimentos foram oficiais e devidamente documentados nos inquéritos em curso no STF, com a participação integral da Procuradoria-Geral da República.
A situação de Allan dos Santos continua a gerar um ponto de tensão entre o Brasil e os Estados Unidos, porém, destaques para a cooperação internacional visando resguardar o que rege a Constituição em prol da democracia.
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