Correios investem R$ 4 milhões em turnê de Gilberto Gil em meio a crise com servidores
- Luana Valente
- 8 de abr.
- 2 min de leitura

Os Correios, empresa estatal brasileira, estão enfrentando críticas intensas após a decisão de investir R$ 4 milhões como patrocinador principal da turnê do cantor Gilberto Gil. A iniciativa, que começou no final de março, foi apresentada como parte de um esforço para reposicionar a marca da estatal. No entanto, a medida gerou indignação entre os trabalhadores da empresa, que enfrentam atrasos salariais e a suspensão de atendimentos médicos devido à crise financeira que afeta o plano de saúde dos funcionários.
A operadora Postal Saúde, responsável pelo plano de saúde dos Correios, não recebe repasses financeiros desde novembro de 2024, acumulando uma dívida estimada em R$ 400 milhões. Como resultado, hospitais e clínicas credenciados suspenderam os atendimentos aos beneficiários, deixando cerca de 200 mil pessoas sem acesso a serviços médicos. Apesar disso, os descontos referentes à coparticipação do plano continuam sendo aplicados nos contracheques dos funcionários.
A situação financeira dos Correios também é preocupante. A estatal registrou prejuízos de R$ 3,2 bilhões em 2024, agravando a insatisfação dos trabalhadores, que ameaçam entrar em greve. Além disso, os ingressos para os shows da turnê patrocinada pela empresa chegam a custar R$ 1.530, valor superior ao salário mínimo nacional, o que reforça as críticas de que o investimento não beneficia a população em geral.
Em resposta às críticas, os Correios defenderam o patrocínio como uma estratégia de marketing para fortalecer a imagem da empresa. No entanto, a decisão ocorre em um momento de grande insatisfação entre os servidores, que denunciam a falta de transparência e priorização de recursos em meio à crise financeira e ao descredenciamento do plano de saúde.
O cenário levanta questões sobre a gestão de recursos públicos e a prioridade dada às necessidades dos trabalhadores em comparação com iniciativas de marketing. Enquanto isso, os servidores continuam a enfrentar incertezas sobre o futuro de seus benefícios e condições de trabalho.
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