CPMI do INSS supera CPI da Covid em número de requerimentos em apenas 15 dias

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Brasília — Em um ritmo acelerado e surpreendente, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes bilionárias contra aposentados e pensionistas do INSS ultrapassou, em apenas 15 dias de funcionamento, o número de requerimentos apresentados pela CPI da Pandemia, que atuou por seis meses em 2021.

Até o dia 4 de setembro de 2025, a CPMI do INSS já havia protocolado 1.578 requerimentos, superando os 1.577 da CPI da Covid-19. A marca foi atingida com apenas cinco sessões realizadas, evidenciando a intensidade dos trabalhos do colegiado.

A comissão, composta por 15 deputados e 15 senadores titulares, investiga um esquema de descontos ilegais na folha de pagamento de beneficiários da Previdência Social. Estima-se que entre 2019 e 2024, cerca de R$ 6,3 bilhões tenham sido cobrados indevidamente, conforme revelado por operações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União.

O deputado Alfredo Gaspar (União-AL), relator da CPMI, já pediu a prisão de 21 envolvidos no esquema em menos de duas semanas de trabalho. A atuação célere contrasta com a CPI da Pandemia, que mesmo após 69 audiências deixou 416 requerimentos sem deliberação.

A maior parte dos requerimentos da CPMI do INSS foi apresentada por parlamentares do Partido Liberal (PL), com 572 solicitações. O Partido dos Trabalhadores (PT) aparece em segundo lugar, com 368, seguido pelo Novo, com 151.

Além de convocar testemunhas e requisitar documentos, a CPMI tem poder para solicitar quebra de sigilos bancários e fiscais. Até agora, 341 requerimentos já foram apreciados, enquanto outros aguardam análise ou foram invalidados.

A velocidade e o volume de trabalho da CPMI do INSS já a colocam como uma das mais produtivas da história recente do Congresso Nacional, reacendendo o debate sobre a eficácia das comissões parlamentares de inquérito e o papel do Legislativo na fiscalização de políticas públicas e combate à corrupção.