Crise diplomática: Governo Trump troca adido de defesa no Brasil sem consultar Lula
- Luana Valente
- 13 de jul.
- 2 min de leitura

Em mais um episódio que evidencia o distanciamento entre os governos de Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva, os Estados Unidos anunciaram a substituição do adido de defesa em Brasília sem qualquer comunicação oficial ao governo brasileiro. A nomeação do novo militar ocorreu em cerimônia fechada na embaixada americana, sem a presença de autoridades brasileiras — um gesto interpretado por interlocutores do Ministério da Defesa como um sinal claro de tensão nas relações bilaterais.
O novo adido, que não fala português nem possui familiaridade com o Brasil, assume o posto em um momento de crescente atrito entre os dois países. A ausência de representantes brasileiros na posse foi vista como uma quebra de protocolo diplomático e um indicativo de que a tradicional cooperação técnico-militar entre as nações está sendo colocada em segundo plano.
O Palácio do Planalto não se pronunciou oficialmente sobre a troca do adido. A nomeação ocorre em meio à escalada de tensões provocadas por medidas unilaterais do governo Trump, como o tarifaço sobre produtos brasileiros e críticas públicas ao sistema judiciário nacional.
A troca do adido ocorre dias após a cúpula do Brics no Rio de Janeiro, onde Lula defendeu uma ordem internacional mais equilibrada e criticou o uso de tarifas como instrumento de coerção. Trump, por sua vez, ameaçou taxar países alinhados ao bloco e saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente réu no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado.
O presidente Lula ainda ressaltou a soberania brasileira em diversas declarações públicas. “O Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”, afirmou o presidente em nota oficial. A afirmativa teria intensificado o conflito de relacionamento entre os países.
Especialistas em relações internacionais avaliam que o gesto de Washington pode ter impactos duradouros na cooperação militar e diplomática entre os dois países. A falta de diálogo direto entre os líderes e a ausência de canais técnicos de negociação reforçam o clima de desconfiança e instabilidade.
A substituição do adido de defesa sem consulta ao governo brasileiro — é um reflexo da deterioração das relações entre Brasília e Washington. Em um cenário global marcado por disputas comerciais e polarização política, o episódio lança luz sobre os desafios da diplomacia brasileira diante de um parceiro estratégico cada vez mais imprevisível.
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