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Defesa de Bolsonaro considera áudios de Cid como "gravíssimos" para Moraes e PF e frisa sobre a importância do cumprimento do "devido processo legal"

Foto do escritor: Luana Valente Luana Valente

Senadores objetivam abertura de uma CPI para investigar acusações feitas pelo tenente-coronel Mauro Cid



O advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, considera os relatos gravados em áudio pelo ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, como "gravíssimos" e ressalta sobre a necessidade de uma "investigações com o cumprimento do devido processo legal". A declaração foi feita à Folha de S. Paulo.


Nós áudios divulgados pela revista Veja na quinta-feira (21), Cid se manifesta quanto à insatisfação da conduta adotada nas investigações feitas pela Polícia Federal, somada com a do ministro Alexandre de Moraes, do STF.


Para o militar, Moraes e PF já estão com a "narrativa pronta" e "querem o máximo possível de gente para confirmar a narrativa deles".


Leia abaixo a íntegra da transcrição dos áudios:


“Eles queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu. “Não vai adiantar. Não adianta. Você pode falar o que você quiser. Eu vi isso ontem. Eles não aceitavam e discutiam, que a minha versão não era verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo.


“Eles já estão com a narrativa pronta, eles não queriam que eu dissesse a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu? É isso que eles queriam. E toda vez eles falavam: ‘Olha, a sua colaboração está muito boa’. Tipo assim, ele até falou: ‘Vacina, por exemplo, você vai ser indiciado por 9 negócios de vacina, 9 tentativas de falsificação de vacina, vai ser indiciado por associação criminosa e mais um termo lá. Só essa brincadeira são 30 anos pra você’.


“Eu vou dizer pelo que eu senti: eles já estão com a narrativa pronta deles, é só fechar. E eles querem o máximo possível de gente para confirmar a narrativa deles. É isso que eles querem.


“Eles são a lei agora. A lei já acabou há muito tempo, a lei é eles. Eles são a lei. O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta quando quiser, como ele quiser, com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação.


“Se eu não colaborar, vou pegar 30, 40 anos [de prisão]. Porque eu estou em vacina, eu estou em joia.


“Não, vai todo mundo. Vai entrar todo mundo em tudo. Se você vai somar as penas lá, vai dar mais de 100 anos para todo mundo.


“A cama está toda armada. E vou dizer: os ‘bagrinhos’ estão pegando 17 anos. Teoricamente, os mais altos vão pegar quantos?


“Quando falei daquele encontro do Alexandre de Moraes com o presidente, eles ficaram desconcertados. Desconcertados. Quer que eu fale? Não vou botar no papel senão eu vou me foder. Mas o presidente encontrou secretamente com o Alexandre de Moraes no prédio do Ciro Nogueira.


“O Alexandre de Moraes já tem a sentença dele pronta. Acho que essa que é a grande verdade. Ele já tem a sentença dele pronta. Só está esperando passar o tempo, o momento que ele achar conveniente, denuncia todo mundo, a PGR acata, aceita e ele prende todo mundo.


“Então assim, vou dizer também. Quem mais se fodeu fui eu. Quem mais perdeu coisa fui eu. Pesa todo mundo aí. Ninguém perdeu carreira, ninguém perdeu vida financeira como eu perdi. Todo mundo já era 4 estrelas, já tinha atingido o topo, o presidente teve Pix de milhões, ficou milionário. Tá todo mundo aí. Os políticos.. Político é até bom essas porra, que depois ele consegue se eleger fácil. O único que teve pai, filha, esposa envolvido [sic], o único que perdeu a carreira, o único que perdeu a vida financeira toda, fodido, fui eu.”.


Prisão de Mauro Cid


Mauro Cid foi preso por determinação de Moraes, logo após prestar cerca de 1h30 de depoimento. O militar foi conduzido pela PF, ainda nas dependências do STF. Segundo o gabinete do ministro, ele foi detido por “descumprimento das medidas cautelares e por obstrução à Justiça”.

A PF também realizou uma operação de busca e apreensão na casa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro nesta sexta-feira (22).


De acordo com fontes da PF, o tenente-coronel violou o acordo de confidencialidade da delação premiada, o que foi considerado uma violação das medidas cautelares. Ele teria feito isso, segundo os investigadores, para tentar obstruir a investigação, sendo suspeito de obstrução à Justiça.


Oposição soma força para promover CPI

O senador Eduardo Girão (Novo-CE), já está em busca de apoio junto a membros de oposição ao Governo de Lula, para a promoção de uma CPI, a qual visa apurar os fatos declarados por Mauro Cid, além da possibilidade de uma conduta parcial da Suprema Corte e respectivo trabalho de investigação da PF.


“Já temos alguns nomes da oposição e independentes. Mas ainda em construção coletiva do texto que ajustaremos durante o final de semana. Na próxima semana buscaremos mais apoiamentos”, declara Girão.


“O relato é muito grave e parece ser mais crível ainda devido a espontaneidade e por ele ter gravado o áudio enquanto estava solto”, conclui.


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