Edmundo González Urrutia, principal candidato da oposição nas eleições presidenciais venezuelanas de 28 de julho, anunciou seu exílio na Espanha após receber ameaças de prisão pelo regime de Nicolás Maduro. González, que representava a Plataforma Unitária Democrática (centro-direita), afirmou que sua decisão foi motivada por informações de que seria detido e enviado para um dos "centros de tortura" supostamente mantidos pelo governo chavista.
Após as eleições, nas quais a oposição reivindicou vitória, González buscou refúgio inicialmente na Embaixada da Holanda em Caracas. Depois de 32 dias escondido, ele se transferiu para a Embaixada da Espanha, onde solicitou asilo político. Durante sua estadia na representação espanhola, González relatou ter sido coagido a assinar uma carta aceitando a vitória de Maduro em troca da segurança de seus bens e de sua família, que permanecem na Venezuela.
Em entrevista à Reuters, González explicou que sua fuga foi necessária para garantir sua liberdade e continuar sua luta pela democracia na Venezuela. "Eu poderia ter me escondido, mas precisava ser livre para poder fazer o que estou fazendo, transmitindo ao mundo o que está acontecendo na Venezuela e fazendo contatos com líderes mundiais", declarou.
O Parlamento Europeu, que reconheceu a vitória de González, expressou apoio ao ex-diplomata e instou a União Europeia a fazer o máximo para assegurar que ele tome posse em 10 de janeiro, data prevista para o início do próximo mandato presidencial na Venezuela.
González agora está em Madri, onde pretende aumentar seu apoio internacional e continuar sua campanha pela democracia e pelos direitos humanos em seu país natal.
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