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Em encontro na Malásia, Trump elogia Bolsonaro e gera desconforto a Lula, que encerra coletiva após perguntas sobre o tema


Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert

Em meio à crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos provocada pelo tarifaço imposto por Washington, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se reuniu neste domingo (26), com o presidente norte-americano Donald Trump, na Malásia. O encontro, que tinha como foco discutir as sanções comerciais aplicadas aos produtos brasileiros, ficou marcado por Trump lamentando publicamente a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado por tentativa de “golpe de Estado”.


Antes da reunião bilateral, Trump conversou com jornalistas e foi questionado sobre Bolsonaro. “Eu sempre gostei dele. Me sinto muito mal pelo que aconteceu com ele. Sempre o considerei um negociador duro, mas ele está passando por muita coisa”, afirmou o presidente americano UOL Notícias. A declaração foi interpretada como um gesto de apoio ao ex-mandatário brasileiro, cuja condenação motivou parte das sanções comerciais impostas pelos EUA.


O comentário gerou desconforto visível em Lula, que evitou responder diretamente sobre o tema. Segundo relatos da imprensa, o presidente brasileiro pediu o encerramento das perguntas da coletiva após a insistência dos jornalistas sobre o impacto da fala de Trump na relação bilateral e na negociação do tarifaço.


O episódio foi amplamente repercutido por aliados de Bolsonaro. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou nas redes sociais um vídeo do momento em que Trump elogia seu pai, afirmando que o assunto “claramente incomoda” Lula O TEMPO +1. Eduardo, que está nos Estados Unidos desde fevereiro em busca de apoio internacional contra autoridades brasileiras, sugeriu que o tema foi tratado a portas fechadas durante o encontro.


O tarifaço americano, que impôs alíquotas de até 50% sobre exportações brasileiras, foi intensificado após a condenação de Bolsonaro e tem sido alvo de críticas por parte do governo brasileiro. A reunião entre os dois presidentes foi vista como uma tentativa de reaproximação diplomática, mas o elogio de Trump ao ex-presidente brasileiro reacendeu tensões políticas e ideológicas entre os líderes.


A postura de Trump também levanta dúvidas sobre o futuro das negociações comerciais. Embora o presidente americano tenha evitado confirmar se o caso Bolsonaro influenciará diretamente nas decisões sobre o tarifaço, sua fala reforça o alinhamento político com o ex-presidente brasileiro, o que pode dificultar avanços nas tratativas com o governo Lula.


O encontro na Malásia, portanto, não apenas expôs as divergências entre os dois líderes, como também evidenciou o impacto da política interna brasileira nas relações exteriores. A reação de Lula ao elogio de Trump a Bolsonaro mostra que, mesmo em fóruns internacionais, o passado recente da política nacional continua a reverberar.

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