Esposa de Ramagem relata busca no Galeão e acusa Moraes de ordem “ilegal”

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A procuradora Rebeca Ramagem, esposa do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), atualmente foragido da Justiça brasileira e nos Estados Unidos, denunciou ter sido alvo de uma operação de busca e apreensão determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O episódio ocorreu no último dia 17 de novembro, no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, quando ela embarcava para Miami acompanhada de suas duas filhas, de 7 e 14 anos.

Segundo relato publicado em vídeo nas redes sociais, Rebeca disse ter sido surpreendida já dentro da aeronave por agentes que cumpriam a ordem judicial. Ela afirmou que celulares, computadores e outros pertences foram apreendidos, incluindo o aparelho de uma das filhas. “Tivemos todas as nossas malas retiradas do voo e revistadas”, declarou. A procuradora relatou ainda que as filhas entraram em pânico durante a ação: “O constrangimento, o medo e a covardia que vivenciamos não podem ser descritos”.

Rebeca Ramagem destacou que não é investigada em nenhum processo judicial e classificou a medida como “ilegal”, sustentando que o único motivo para a abordagem seria o fato de ser casada com Alexandre Ramagem. “Sou servidora pública efetiva há 22 anos e não há qualquer investigação contra mim”, disse.

Contexto político e judicial

Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin e deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro, é considerado foragido da Justiça após deixar o Brasil em meio a investigações conduzidas pelo STF. Moraes determinou medidas cautelares contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro em inquéritos que apuram suposta tentativa de golpe de Estado e ataques às instituições democráticas.

A decisão de Moraes de incluir a esposa de Ramagem em mandado de busca reacendeu críticas de setores da oposição, que apontam suposto excesso nas medidas judiciais. Já apoiadores do ministro defendem que tais ações são necessárias para garantir a efetividade das investigações.

O caso ganhou ampla repercussão nas redes sociais, especialmente após a divulgação do vídeo em que Rebeca aparece ao lado das filhas relatando o episódio. A narrativa de “ordem ilegal” reforçou o discurso de perseguição política adotado por aliados de Ramagem e do PL.

Enquanto isso, o STF não se manifestou oficialmente sobre os detalhes da operação.