EUA citam uso de “poder militar” para proteger liberdade de expressão no Brasil
- Luana Valente

- 10 de set.
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Uma declaração da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, impulsionou as o clima de tensão entre Brasil e Estados Unidos. Em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira (9), Leavitt afirmou que o presidente Donald Trump “não tem medo de usar o poder econômico e o poder militar dos Estados Unidos para proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo”, citando diretamente o Brasil como um dos focos dessa política.
A fala ocorreu em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado. A porta-voz foi questionada sobre possíveis sanções adicionais contra o Brasil, diante do que o governo norte-americano considera “atos de censura” e restrições à liberdade de expressão.
A declaração provocou forte reação do governo brasileiro. O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) divulgou nota oficial condenando “ameaças de uso da força contra a democracia brasileira” e reafirmando que “proteger a liberdade de expressão é defender a democracia e respeitar a vontade popular expressa nas urnas”.
Além das declarações, os EUA já haviam imposto tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, como carne e café, justificando as medidas como resposta à suposta “censura” praticada por autoridades brasileiras, especialmente pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal contra Bolsonaro.
A fala de Leavitt foi amplamente divulgada pela Embaixada dos EUA no Brasil, que compartilhou o vídeo da entrevista em suas redes sociais. O episódio ocorre em um momento delicado das relações bilaterais, marcado por atritos comerciais e políticos, e levanta preocupações sobre o uso de instrumentos de pressão internacional em disputas internas de países soberanos.
O julgamento no STF prossegue com votos já proferidos por Alexandre de Moraes e Flávio Dino pela condenação de Bolsonaro e outros réus. Ambos reforçaram que “pressões externas não interferem nas decisões da Corte”.
A escalada retórica entre os dois países será acompanhada de perto por observadores internacionais, que alertam para os riscos de deterioração das relações diplomáticas e comerciais entre Brasil e Estados Unidos.






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