Crise diplomática: Governo Trump promete manter sanções contra Alexandre de Moraes
- Luana Valente

- 9 de set.
- 2 min de leitura
O subsecretário de Diplomacia Pública do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Darren Beattie, voltou a criticar publicamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e afirmou que o governo Trump continuará adotando “medidas cabíveis” contra o magistrado e outros indivíduos acusados de “minar liberdades fundamentais”.
A declaração foi publicada nesta segunda-feira (8) na rede social X, antigo Twitter, um dia após as manifestações de 7 de setembro no Brasil, marcadas por atos tanto da direita bolsonarista quanto da esquerda, em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF. Beattie escreveu:
“Ontem marcou o 203º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores da liberdade e da justiça. Para o ministro Alexandre de Moraes e os indivíduos cujos abusos de autoridade têm minado essas liberdades fundamentais — continuaremos a tomar as medidas cabíveis”.
A fala de Beattie reforça uma escalada de tensões entre Washington e Brasília. Desde julho, o governo Trump tem adotado medidas contra Moraes, incluindo a revogação de seu visto norte-americano e a aplicação da Lei Magnitsky — legislação que permite sanções contra estrangeiros acusados de corrupção ou violações de direitos humanos.
Segundo o Departamento do Tesouro dos EUA, Moraes teria conduzido uma “caça às bruxas ilegal” contra cidadãos e empresas brasileiras e americanas, além de promover censura e detenções arbitrárias. A medida bloqueia bens e interesses do ministro em território americano e proíbe sua entrada no país.
A ofensiva diplomática ocorre em meio ao julgamento de Bolsonaro por crimes como tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada. Moraes é relator de diversos processos que envolvem o ex-presidente e seus aliados. A pressão internacional tem sido alimentada por figuras como o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se reuniu com autoridades americanas em Washington para discutir sanções contra o STF.
O presidente Donald Trump também se manifestou recentemente, afirmando estar “muito irritado” com o Brasil, que segundo ele “mudou radicalmente para a esquerda”. Trump não descartou restringir vistos de autoridades brasileiras que pretendem participar da Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
Com o julgamento de Bolsonaro em curso e a intensificação das críticas internacionais ao STF, autoridades brasileiras avaliam, sob reserva, a possibilidade de novas sanções econômicas por parte dos Estados Unidos. A crise diplomática entre os dois países se aprofunda, com impactos potenciais sobre comércio, cooperação internacional e estabilidade institucional.






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