Ex-chefe de inteligência da Venezuela envia carta a Trump denunciando Maduro e oferecendo cooperação
- Luana Valente

- há 3 dias
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Hugo Armando “El Pollo” Carvajal, preso nos Estados Unidos, afirma que o regime venezuelano atua como organização criminosa e se dispõe a colaborar com operações no Caribe

O ex-diretor de Contrainteligência Militar da Venezuela, Hugo Armando “El Pollo” Carvajal, enviou uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na qual acusa diretamente Nicolás Maduro de comandar operações de narcotráfico e de transformar o Estado venezuelano em uma organização criminosa. Preso em território norte-americano, Carvajal declarou estar disposto a colaborar com as autoridades dos EUA em ações de combate ao tráfico de drogas na região do Caribe.
Carvajal, que foi um dos homens de confiança de Hugo Chávez e manteve proximidade com Maduro, afirmou ter testemunhado por mais de duas décadas práticas de narcoterrorismo, espionagem e manipulação eleitoral conduzidas pelo regime. Segundo ele, o chamado Cartel de los Soles — estrutura criminosa formada por militares e altos funcionários venezuelanos — utiliza o tráfico de cocaína como arma contra os Estados Unidos. O ex-general destacou que Maduro, Diosdado Cabello e outros dirigentes chavistas estariam diretamente envolvidos na logística e proteção dessas operações.
Na carta, tornada pública por seu advogado, Carvajal disse que escreve para “expurgar seus pecados” e alertar Washington sobre os riscos que presenciou ao longo dos anos. Ele se declarou culpado de crimes federais relacionados ao narcotráfico e ao porte ilegal de armas, e aguarda sentença em uma prisão federal americana. O ex-chefe de inteligência também ressaltou que rompeu com o regime em 2017 e que agora busca se redimir colaborando com investigações e operações dos EUA.
O documento chega em um momento de ofensiva política de Trump contra Maduro, reforçando a narrativa de que o governo venezuelano atua como um cartel transnacional. Carvajal descreveu o regime como uma “organização narcoterrorista” e afirmou que a cocaína foi transformada em instrumento de guerra contra os Estados Unidos RTP. A carta, segundo veículos internacionais, foi compartilhada com exclusividade por meios de comunicação americanos e já circula entre autoridades federais.
A trajetória de Carvajal é marcada por sua atuação nos serviços de inteligência entre 2004 e 2011 e novamente entre 2013 e 2014, períodos em que esteve próximo tanto de Chávez quanto de Maduro. Sua prisão nos EUA e as revelações feitas em carta ampliam a pressão internacional sobre Caracas, ao mesmo tempo em que oferecem às autoridades americanas uma fonte de informação privilegiada sobre o funcionamento interno do regime e suas conexões com o narcotráfico






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