Ex-comandante da FAB confirma ameaça de prisão a Bolsonaro em depoimento ao STF
- Luana Valente
- 22 de mai.
- 2 min de leitura

O ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), Carlos de Almeida Baptista Júnior, confirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, alertou o ex-presidente Jair Bolsonaro sobre a possibilidade de prisão caso insistisse em colocar em prática um suposto golpe de Estado para permanecer no poder após a derrota nas eleições de 2022.
Segundo Baptista Júnior, a declaração de Freire Gomes ocorreu durante uma reunião no Palácio da Alvorada, na qual foram discutidos mecanismos como Garantia da Lei e da Ordem (GLO), Estado de Defesa e Estado de Sítio. O ex-comandante da FAB afirmou que o general Freire Gomes foi polido e tranquilo ao fazer a advertência, mas deixou claro que, caso Bolsonaro tentasse uma ruptura institucional, ele teria que ser preso.
O brigadeiro também revelou que, em outra reunião realizada em dezembro de 2022, o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, apresentou uma minuta de decreto que impediria a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Baptista Júnior afirmou que se retirou do encontro assim que soube da natureza do documento, recusando-se a analisá-lo.
Além disso, o ex-comandante confirmou que houve discussões sobre a prisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na época. Segundo ele, alguns participantes cogitaram a necessidade de prender todos os ministros do STF para evitar que Moraes fosse solto imediatamente pelo tribunal.
O depoimento de Baptista Júnior reforça as investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado e a articulação de Bolsonaro para permanecer no poder. O caso segue em análise pelo STF, com novas oitivas previstas para os próximos dias.
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