Ex-servidor do TSE e com chefia na AEED revela ordens para monitorar “desafetos” de ministros
- Luana Valente
- 24 de ago. de 2024
- 1 min de leitura

Em uma revelação que pode abalar os alicerces do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED), afirmou ter recebido ordens para monitorar “desafetos” de ministros. Em entrevista à Revista Oeste, Tagliaferro detalhou o funcionamento do monitoramento realizado pelo TSE, destacando que as ordens vinham diretamente do juiz auxiliar de Alexandre de Moraes, Airton Vieira.
Tagliaferro, perito em crimes cibernéticos, revelou que sua função incluía a produção de relatórios sobre alvos específicos, cujas atividades eram monitoradas em redes sociais e outros meios. Ele enfatizou que não tinha poder de decisão sobre a interpretação dos relatórios, sendo essa responsabilidade do ministro Moraes.
O ex-servidor negou veementemente as acusações de vazamento de dados, alegando que as informações podem ter sido coletadas quando seu celular foi apreendido pela Polícia Civil de São Paulo em 2023, durante uma prisão por violência doméstica, crime que ele também nega ter cometido.
As revelações de Tagliaferro levantam sérias questões sobre os métodos utilizados pelo TSE e pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para monitorar indivíduos considerados “desafetos” dos ministros. O caso está sendo investigado pela Polícia Federal, e Tagliaferro expressou temores de possíveis retaliações.
Essas declarações podem ter um impacto significativo no cenário político brasileiro, especialmente em um momento de crescente desconfiança nas instituições públicas.
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