Familiares de presos cogitam greve de fome para pressionar presidente da Câmara

Miguel SCHINCARIOL / AFP

Brasília — Familiares dos presos pelos atos de 8 de janeiro estão organizando uma greve de fome dentro do Congresso Nacional como forma de pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar, em regime de urgência, o Projeto de Lei da Anistia.

A estratégia, apelidada de "solução Glauber Braga", foi inspirada na recente greve de fome do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que levou Motta a adiar por 60 dias a análise de sua cassação no plenário — Glauber expulsou a chutes e xingamentos, de dentro do Câmara, um militante do MBL em 2024.

O movimento busca sensibilizar parlamentares e a opinião pública para aprovar o projeto que concede anistia aos condenados pelo suposto plano de golpe de Estado.

A proposta enfrenta resistência de alguns setores, mas ganhou força após o líder do Partido Liberal na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), protocolar um requerimento de urgência para acelerar sua tramitação.

A iniciativa ocorre em um momento de tensão política, com debates acalorados sobre os limites da anistia e suas implicações legais. Enquanto isso, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), internado após uma cirurgia complexa, é esperado para dar aval ao texto revisado do projeto.