Farra do INSS: Conafer é acusada de fraudes com fichas falsas de filiação
- Luana Valente

- 11 de out.
- 2 min de leitura
A CGU identificou que a Conafer tentou filiar uma criança de 9 anos e mais de 3 mil pessoas mortas ao INSS, em um esquema fraudulento que levou à abertura de processo administrativo e à prisão do presidente da entidade.

A Controladoria-Geral da União (CGU) revelou um esquema de fraudes envolvendo a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), que teria apresentado fichas de filiação falsas ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), incluindo registros de uma criança de apenas 9 anos e de pessoas mortas há mais de duas décadas.
O relatório da CGU, encaminhado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, aponta que a Conafer tentou incluir mais de 3.300 descontos em benefícios previdenciários de pessoas já falecidas, além de registros incompatíveis com a idade mínima para filiação.
Segundo o documento, a entidade inseriu informações falsas nos sistemas do INSS e da Dataprev, com o objetivo de aplicar descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas. A CGU classificou os achados como “importantes elementos de prova” que indicam irregularidades graves e sustentam a abertura de um Processo Administrativo de Responsabilização (PAR) contra a confederação.
A gravidade das acusações levou à prisão em flagrante do presidente da Conafer, Carlos Roberto Ferreira Lopes, durante depoimento à CPMI. O senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da comissão, justificou a medida alegando falso testemunho e ocultação deliberada de informações que prejudicariam as investigações.
Além disso, o vice-presidente da Conafer, Tiago Lopes, é irmão do presidente da entidade, o que levanta suspeitas sobre a estrutura interna da organização e sua atuação no esquema. A CPMI segue apurando o envolvimento de outras entidades e pessoas físicas na chamada “farra do INSS”, que pode ter causado prejuízos milionários aos cofres públicos.
A investigação continua em curso, e novas medidas judiciais e administrativas são esperadas nos próximos dias.






Comentários