PF apreende Ferrari em operação contra sindicato ligado ao irmão de Lula; ação investiga fraudes bilionárias no INSS

PF / Divulgação

Em uma nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na quinta-feira, 9 de outubro de 2025, uma Ferrari avaliada em mais de R$ 4 milhões foi apreendida durante diligências que miram o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), entidade ligada a José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A ação, realizada com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), investiga um esquema bilionário de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS. Segundo a PF, foram cumpridos 66 mandados de busca e apreensão em oito estados — São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia — e no Distrito Federal.

Durante as buscas, os agentes apreenderam uma frota de 27 veículos de luxo, incluindo cinco Porsches, uma motocicleta Ducati (avaliada em R$ 150 mil), um Mini Cooper, Jeeps, um Audi e um Volvo. Além dos automóveis, foram confiscados R$ 135,8 mil em espécie, mais de 30 relógios de luxo — alguns avaliados em até R$ 100 mil —, uma arma de fogo, munições e diversos aparelhos eletrônicos, como celulares e notebooks.

O Sindnapi, vinculado à Força Sindical, tem como vice-presidente Frei Chico, que já foi assessor especial da Presidência durante os mandatos anteriores de Lula. A PF não detalhou a quem pertencem os bens apreendidos, mas confirmou que foram encontrados em endereços ligados a representantes das entidades investigadas.

A primeira fase da operação, realizada anteriormente, já havia identificado prejuízos de R$ 6,3 bilhões causados por inserção de dados falsos e organização criminosa no sistema previdenciário. A atual etapa busca aprofundar as investigações sobre o envolvimento de sindicatos e seus dirigentes no esquema.

O material recolhido será submetido à perícia, e os desdobramentos da operação podem incluir novas fases e possíveis denúncias formais contra os envolvidos. Até o momento, não há confirmação de prisão de Frei Chico ou de outros dirigentes do Sindnapi.

A operação impulsiona o debate sobre o uso de entidades sindicais como instrumentos de fraude e levanta questionamentos sobre o controle e fiscalização de benefícios previdenciários no Brasil.