Fraudes no INSS: 742 mil aposentados denunciam descontos indevidos no primeiro semestre de 2024

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Um levantamento da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que 742.389 beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) solicitaram o cancelamento de descontos associativos no primeiro semestre de 2024. A maioria dos aposentados afirmou que não havia autorizado previamente os descontos, que eram aplicados diretamente na folha de pagamento.

A denúncia levou à abertura de uma investigação da Polícia Federal, que apura suspeitas de fraudes ocorridas entre 2019 e 2024. O esquema pode ter causado um prejuízo de até R$ 6,3 bilhões aos beneficiários.

Em resposta à crise, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido no dia 23 de abril.

Operação policial e medidas judiciais

A operação da Polícia Federal identificou 11 associações envolvidas, que tiveram suas atividades suspensas pela Justiça. Outras 12 entidades também estão sob investigação, por acumularem mais de mil reclamações cada.

Em julho de 2024, a CGU recomendou ao INSS a suspensão dos repasses a oito dessas associações, mas nenhuma providência foi tomada na época.

O relatório da CGU serviu de base para a decisão judicial que determinou o bloqueio dos descontos indevidos, impedindo que novas cobranças fossem feitas sem autorização dos beneficiários.

Crescimento das reclamações

O número de reclamações sobre descontos indevidos cresceu exponencialmente nos últimos anos. Em 2021 e 2022, apenas 762 beneficiários haviam registrado queixas. No primeiro semestre de 2023, esse número saltou para 130 mil e no segundo semestre do mesmo ano, 336.707 aposentados denunciaram cobranças não autorizadas.

O aumento contínuo das reclamações levou à deflagração da operação policial. A investigação segue em andamento, e autoridades buscam responsabilizar os envolvidos no esquema. Enquanto isso, aposentados afetados pela fraude tentam recuperar os valores descontados indevidamente.